Tipo textual é um conceito que se refere às estruturas linguísticas dos textos, ou seja, define a predominância de expressões e estruturas sintáticas presentes, os elementos que caracterizam e permanecem em cada tipo, além de indicar o objetivo comunicativo de cada um. Os tipos textuais mais conhecidos são:
Na prática social, utilizamos determinados gêneros textuais que podem apresentar um ou mais tipo textual.
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O texto narrativo é aquele que se propõe a relatar acontecimentos e situações, verídicos ou fictícios. Para apresentar a história, o tipo utiliza personagens de determinado tempo e espaço, que são os “atores” dos fatos. Muitos gêneros utilizam a tipologia narrativa para diferentes propósitos, sendo assim, os textos apresentam diferentes formas de mobilizar os elementos da narrativa.
Os textos narrativos caracterizam-se por seu aspecto factual e performático, pois relatam acontecimentos por meio da utilização de personagens, que, no texto, “encenam” as experiências vividas ou imaginadas.
Assim, são presentes, nos textos de caráter narrativo, personagens principais e secundários, e espaço(s) e tempo(s). O espaço pode referir-se a espaços físicos (como um país, estado, cidade) ou sociais (como as elites, as classes populares, os intelectuais etc.).
O tempo pode referir-se à contagem cronológica ou a um tempo psicológico. O tempo psicológico não é contado por horas, dias ou anos, e sim pelo conteúdo subjetivo e mental que as personagens expressam, por isso ele pode se deslocar por diferentes tempos cronológicos por meio da memória, por exemplo.
Ainda há um elemento importante, principalmente para os textos com predominância do tipo narrativo: o narrador. O narrador é o ponto de vista pelo qual a história é contada, por isso não é o mesmo que o autor. Primordialmente, o narrador se divide em:
Dentro desses dois grupos, há muitas possibilidades de explorar essa ferramenta e criar diferentes efeitos.
O tipo textual descritivo é aquele que se caracteriza por expor as características ou propriedades de algum objeto, seja ele material (como uma paisagem, um produto físico etc.), seja imaterial (uma sensação, um serviço, um produto digital etc.).
O propósito da descrição consiste em fornecer uma apresentação consistente com o objetivo do apresentador, de modo que o leitor ou ouvinte possa ter uma visualização mental do objeto apresentado.
O texto descritivo se caracteriza por uma forte presença de verbos de ligação e adjetivos ou outros qualificadores, que servem ao intuito de construir-se uma imagem mental do objeto apresentado. É muito comum a esse tipo textual uma forte presença da descrição visual, desse modo, a observação criteriosa do objeto faz-se uma ação fundamental.
Veja também: Relatório – gênero que pode apresentar caráter narrativo e descritivo
O tipo textual dissertativo é aquele em que o autor se propõe a apresentar um determinado tema ou assunto, posicionando-se sobre ele, baseado em uma argumentação consistente, com avaliações, justificativas, conceitos e exemplos.
A dissertação fundamenta-se na apresentação de uma tese ou uma opinião sobre determinado tema ou assunto. Essa tese baseia-se em argumentos fundamentados em dados, pesquisas, conceitos, pesquisas científicas etc.
Desse modo, uma boa dissertação precisa apresentar uma estratégia de convencimento. Assim, estrutura-se em:
Para facilitar a elaboração dessa estrutura, o tipo textual dissertativo ampara-se em reflexões, explicações e exposição de ideias, no intuito de se dar a conhecer a tese inicial.
O tipo textual expositivo caracteriza-se por apresentar saberes consensuais de diferentes áreas, sem inserir nenhuma problematização ou argumentação a respeito do tema. Dessa forma, esse tipo objetiva apresentar conhecimentos de mundo, organizados em uma estrutura lógica, que contribua para a compreensão do leitor.
O texto expositivo pode organizar-se de diferentes formas para apresentar o assunto ou saber. A estrutura básica pode ser em:
O tipo textual injuntivo caracteriza-se por fornecer instruções para a realização de uma ação desejada, logo, esse texto incita o leitor a realizar algo. Sua aplicação é presente em manuais de instruções, pedidos, prescrição etc.
Os textos injuntivos apresentam, predominantemente, orações com o uso de formas verbais no imperativo, indicando ordem ou pedido, organizadas em uma ordem que favoreça a realização da ação solicitada.
Desse modo, um texto injuntivo que faz uma súplica ou um pedido pode, anteriormente, utilizar o tipo expositivo para apresentar uma determinada situação ou o dissertativo para defender um ponto de vista e, em seguida, fazer a solicitação.
Diferentemente, nos manuais de instrução, por exemplo, o tipo injuntivo pode se organizar em uma ordem cronológica das ações instruídas. Desse modo, o leitor obedece não apenas às solicitações como também à ordem na qual estão estruturadas.
Acesse também: A importância da clareza textual nos textos instrucionais
Os tipos textuais definem as características estruturais e gramaticais dos textos, ou seja, definem as estruturas sintáticas mais utilizadas, as classes de palavra com maior evidência, os elementos que compõem os tipos e o objetivo linguístico de cada categoria, o que cada tipo deseja expressar ao seu leitor. São os tipos narrativo, descritivo, expositivo, dissertativo e injuntivo, por exemplo.
Os gêneros textuais definem as formas de agir no mundo por meio dos textos, ou seja, caracterizam os modelos convencionalmente aceitos para exercerem algum tipo de ação social. Desse modo, definem o contexto de uso, o tipo de interlocutor, a função social, os tipos de linguagem etc. São exemplos de gêneros textuais: carta de solicitação, ata, publicidade, notícia, reportagem.
Gêneros e tipos se relacionam, pois, para materializar os textos em gêneros, é necessário mobilizar o tipo ou tipos textuais adequados para o objetivo. Desse modo, um texto pode apresentar a predominância de um tipo, como num romance predomina-se o tipo narrativo, ou apresentar uma mescla de tipos, como uma apresentação de PowerPoint, que pode utilizar textos expositivos, narrativos, argumentativos e injuntivos, a depender da necessidade do autor.
Questão 1 – (Enem 2018)
Ganhou nova versão, revista e ampliada, o livro lançado em 1988 pelo galerista Jacques Ardies, cuja proposta é ser publicação informativa sobre nomes do “movimento arte naïf do Brasil”, como define o autor. Trata-se de um caminho estético fundamental na arte brasileira, assegura Ardies. O termo em francês foi adotado por designar internacionalmente a produção que no Brasil é chamada de arte popular ou primitivismo, esclarece Ardies. O organizador do livro explica que a obra não tem a pretensão de ser um dicionário. “Falta muita gente. São muitos artistas”, observa. A nova edição veio da vontade de atualizar informações publicadas há 26 anos. Ela incluiu artistas em atividade atualmente e veteranos que ficaram de fora do primeiro livro. A arte naïf no Brasil 2 traz 79 autores de várias regiões do Brasil.
WALTER SEBASTIÃO. Estado de Minas, 17 jan. 2015 (adaptado).
O fragmento do texto jornalístico aborda o lançamento de um livro sobre arte naïf no Brasil. Na organização desse trecho, predomina o uso da sequência
Resolução
Alternativa E. Como se pode observar, o texto busca apresentar e explicar, brevemente, o conceito da arte naif. Nos textos que buscam apresentar um tema, sem problematização ou defesa de um ponto de vista, encontramos o tipo expositivo.
Questão 2 – (Enem 2016)
Fraudador é preso por emitir atestados com erro de português
Mais um erro de português leva um criminoso às mãos da polícia. Desde 2003, M.O.P., de 37 anos, administrava a empresa MM, que falsificava boletins de ocorrência, carteiras profissionais e atestados de óbito, tudo para anular multas de trânsito. Amparado pela documentação fajuta de M.O.P., um motorista poderia alegar às Juntas Administrativas de Recursos de Infrações que ultrapassou o limite de velocidade para levar uma parente que passou mal e morreu a caminho do hospital.
O esquema funcionou até setembro, quando M.O.P. foi indiciado. Atropelara a gramática. Havia emitido, por exemplo, um atestado de abril do ano passado em que estava escrito aneurisma “celebral” (com l no lugar de r) e “insulficiência” múltipla de órgãos (com um I desnecessário em “insuficiência” — além do fato de a expressão médica adequada ser “falência múltipla de órgãos”).
M.O.P. foi indiciado pela 2a Delegacia de Divisão de Crimes de Trânsito. Na casa do acusado, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, a polícia encontrou um computador com modelos de documentos.
Língua Portuguesa, n. 12, set. 2006 (adaptado)
O texto apresentado trata da prisão de um fraudador que emitia documentos com erros de escrita. Tendo em vista o assunto, a organização, bem como os recursos linguísticos, depreende-se que esse texto é um(a)
Resolução
Alternativa B. O texto utilizado na questão conta a história do fraudador de documentos que foi preso por cometer erros de português. Durante o texto, o leitor tem acesso a um decorrer de tempo da vida criminosa desse autor, acrescentando-se a essa narração elementos descritivos que ajudam a construir os cenários nos quais o personagem principal atuava. Ainda que não se refira a elementos fictícios, e sim reais, pode-se mobilizar esses elementos a fim de compreender-se a função de cada um na construção geral da narrativa.
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.