A construção textual envolve a noção de uma série de elementos linguísticos e extralinguísticos. Sua compreensão resulta em um bom texto.
A construção textual é um processo que compreende uma estrutura linguística (coesão e coerência e tipologia textual) e uma estrutura extralinguística (contextualidade). Assim, um bom texto resulta do entendimento desses elementos, somado a leitura e escrita qualificadas, noção da finalidade do texto e do gênero escolhido e uso adequado de elementos coesivos.
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O texto é entendido, segundo Marcuschi, como “um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas”. Assim, deve-se compreender um texto nos planos:
A estrutura linguística é formada pela:
Já a estrutura extralinguística envolve:
Para elaborar um bom texto, é preciso:
Dentre os aspectos que não contribuem para um bom texto, destacam-se:
O texto é, segundo o linguista Marcuschi, “um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas”. Em outras palavras, o texto é dividido em dois planos: o linguístico e o extralinguístico.
Portanto, para construir um bom texto, é necessário conhecer os elementos que o compõem, elencados abaixo.
A estrutura linguística se refere ao aspecto linguístico, isto é, a tudo que diz respeito à organização interna do texto. Inclui-se aqui o uso de elementos que garantem a ligação entre frases e palavras (coesão e coerência), garantindo uma sequência linguística, e aspectos morfossintáticos.
A coesão é entendida, dentro da estrutura linguística, como o processo de amarração entre os elementos do texto, alcançada por meio de conectivos.
A coerência está relacionada aos significados e à interpretabilidade do texto. Os sentidos são atribuídos na relação interna, ou seja, entre as frases e palavras que, postas em conjunto, criam significados de forma coerente.
A tipologia textual designa uma especificidade subjacente aos textos a partir de sua natureza linguística. Os tipos textuais conhecidos são os seguintes: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.
Para construir um bom texto, é preciso entender seus aspectos estruturais internos. Em outros termos, é necessário, de início, conhecer as classes de palavras:
substantivo (nomeia);
adjetivo (caracteriza);
artigo (acompanha substantivos);
numeral (quantifica ou posiciona);
pronome (substitui ou acompanha termos);
verbo (materializa ações, estados, fenômenos);
advérbio (circunstancia);
interjeição (expressa sensações);
conjunção (une palavras e orações);
preposição (conecta termos).
Assim, é preciso saber como elas funcionam nas frases (orações coordenadas ou subordinadas) de maneira fluída (com coesão) e produzindo sentidos (com coerência) no todo do texto. Por fim, as noções de tipologia ajudam a fundamentar as posições do autor, como optar por descrever, narrar, expor, argumentar, auxiliar ou recomendar.
Saiba também: Coesão referencial e coesão sequencial — qual é a diferença?
A estrutura extralinguística corresponde ao contexto envolvido no processo de escrita. Trata-se do conhecimento de mundo na interação que o texto proporciona entre autor e leitor. As concepções de ambos auxiliam tanto na produção quanto na significação do texto.
Assim, dentro da estrutura linguística, devemos levar em consideração:
a finalidade do autor em produzir algo (o porquê);
o formato em que o texto será apresentado (o como);
o contexto sócio-histórico de produção (o quando);
o diálogo que o texto estabelece com outros, atuais ou antigos (a intertextualidade);
os componentes que acrescentam informações ao leitor (o conteúdo).
Conhecendo a organização textual através dos dois planos, é possível construir um bom texto. O quadro abaixo pode ajudar a compreender melhor essas estruturas.
Estrutura linguística |
Estrutura extralinguística |
Coesão |
Objetivos do autor |
Coerência |
Aceitação das pretensões estilísticas do autor pelo leitor |
Tipologia textual |
Contexto |
Aspectos morfossintáticos |
Relações entre textos |
|
Capacidade de informar |
Além do domínio da composição organizacional do texto, há outros elementos que podem auxiliar na escrita de um bom texto. Abaixo, listamos alguns deles.
Saber qual a finalidade do texto: É preciso se perguntar, ao iniciar um texto, qual função ele terá. Você quer divertir e fazer rir aqueles que lerão o que você escreveu? Há algumas opções, como a piada e a crônica de humor. A intenção é convencer o leitor acerca de um tema de relevância social? É possível escolher entre um artigo de opinião ou um texto dissertativo-argumentativo. Portanto, a pergunta a ser respondida é:
Qual é a finalidade do seu texto? |
Entender qual é a estrutura do texto escolhido: Suponhamos que você tenha optado por um artigo de opinião. A próxima etapa é saber qual é a sua estrutura. Quais elementos qualificam um texto como artigo de opinião? Apesar de ser um texto predominantemente argumentativo, ele se difere de outros com a mesma finalidade, como a crônica argumentativa. Quanto mais você souber sobre o gênero escolhido, melhor será a construção textual.
Pesquisar sobre o que será escrito: Um bom texto envolve uma pesquisa séria e ampla. Caso opte por um texto de base argumentativa, é preciso que você entenda os pontos de vista e argumentos necessários para criá-lo. Caso a escolha seja por um texto de base narrativa, também é preciso pesquisar, tanto sobre o gênero escolhido quanto sobre o enredo, as personagens, os lugares e o tempo da narração. Assim, todo texto precisa ser bem fundamentado e, para isso, é necessário estudar o assunto.
Leitura e escrita cotidianas: O hábito de ler e escrever prepara o autor para a produção textual. Quanto melhor se lê e se escreve, melhor se produz.
Estudar aspectos gramaticais: Dominar noções de morfossintaxe, coesão e coerência ajuda na elaboração de um bom texto. Assim, alguns elementos são essenciais, tais como:
Leia também: Dicas para uma boa organização textual
Os problemas de um texto podem ter diversas causas. A seguir, listamos alguns dos mais comuns.
Texto sem finalidade determinada: Se no tópico anterior dissemos que a construção de um bom texto passa por escolhas acerca da sua produção, podemos dizer que um texto que não tem finalidade bem definida constitui um problema. Em um texto dissertativo-argumentativo, por exemplo, a finalidade é argumentar em defesa de uma tese. Uma produção dissertativa sem tese não alcança seu objetivo.
Problemas estruturais: O enredo incoerente de uma narração é um exemplo de problema estrutural. Uma notícia sem título ou lead, também. Todos os gêneros possuem uma estrutura, e a ausência de seus constituintes conduz a uma construção textual falha.
Desconhecer o público-alvo: Um texto é direcionado a um determinado público. Sendo assim, sua linguagem deve se adequar ao receptor. Em alguns casos, o processo comunicativo se torna ineficaz, pois a linguagem adotada e as informações fornecidas são inadequadas ao perfil do leitor.
Falta de coesão e coerência: Trata-se de um problema causado pela falta de compreensão do uso de conectivos e pobreza na construção sequencial e lógica das ideias escritas. A falha nesses elementos resulta em um texto com pouca fluidez e de difícil entendimento e interpretação.
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.