A carta aberta é um texto em que o autor faz uma reivindicação sobre determinado assunto cobrando um posicionamento de seu destinatário.
A carta aberta é uma modalidade de texto que tem como principal função o direcionamento, questionamento ou solicitação socialmente relevante advinda de um indivíduo ou grupo a outra pessoa ou instituição. De forma distinta da carta pessoal, a carta aberta é publicada na mídia e visa promover um debate público sobre determinado assunto.
Por causa de seu caráter de persuasão direcionada ao destinatário e ao público com acesso ao conteúdo, a carta aberta é argumentativa e se configura de modo estratégico em defesa de um ponto de vista.
Veja também: Carta argumentativa — carta em que o autor tenta convencer o leitor
A carta aberta é uma modalidade de texto utilizada por uma pessoa ou grupo que quer se manifestar publicamente sobre algum tema.
De maneira diferente da carta pessoal, a carta aberta é de âmbito público e, por isso, costuma ser publicada em veículos de comunicação e mídias sociais.
Do ponto de vista estrutural, a carta aberta se organiza da seguinte forma: título, introdução, desenvolvimento, conclusão, despedida, assinatura, local e data.
Na carta aberta prevalece a argumentação, pois ela deve persuadir o leitor.
Carta aberta é um gênero textual predominantemente argumentativo utilizado na manifestação pública da opinião de uma pessoa ou grupo sobre um tema de relevância coletiva. Ou seja, ela é voltada para discussões públicas e possui função social. Além disso, ela é publicada.
Do ponto de vista estrutural, a carta aberta se assemelha à carta pessoal. No entanto, aquela se difere desta em relação ao público e à sua função. A carta aberta é direcionada a uma ou mais pessoas e é divulgada amplamente, enquanto a carta pessoal é direcionada a uma só pessoa e não é publicada.
Quanto à sua função, a carta aberta é voltada para questões sociais, portanto ela integra o debate público. O autor da carta pessoal, por outro lado, não tem pretensão de ir além do âmbito particular.
Podemos compreender a carta aberta a partir de seus elementos específicos.
Trata-se de um texto escrito em prosa direcionado a um grupo ou figura de autoridade que contém reclamações e reivindicações sobre um determinado tema em debate na sociedade.
A estrutura da carta aberta é dividida fundamentalmente em sete partes:
Título: É o nome que a carta receberá. Geralmente, os títulos têm a expressão “Carta aberta” e, em seguida, o assunto e/ou grupos envolvidos. Por exemplo:
Carta aberta em defesa da vida dos povos indígenas
Carta aberta ao governo do Estado da Paraíba
Introdução: Na primeira parte, é necessário situar o leitor quanto ao contexto que motivou a escrita da carta.
Desenvolvimento: Essa é a principal parte da carta. É aqui que serão expostos os argumentos a fim de convencer a grande audiência que terá acesso ao texto a apoiar o autor nas suas reivindicações.
Conclusão: Na parte final, a carta aberta pode trazer recomendações ou exigências a serem realizadas no intuito de resolver o problema apresentado.
Despedida: Trata-se de um elemento de formalidade que geralmente é representado por expressões como “cordialmente”, “sem mais” ou “atenciosamente”.
Assinatura: A carta é identificada pela pessoa ou grupo que a redigiu.
Data e local: O remetente identifica o local onde a carta foi redigida e a data em que ela foi produzida.
Se na carta pessoal o leitor é uma única pessoa, na carta aberta, o direcionamento é dado a uma ampla audiência, no intuito de promover um debate com a sociedade civil.
A carta aberta é pública, sendo um instrumento muito utilizado em veículos de comunicação e mídias sociais. Assim, a linguagem utilizada é a norma-padrão da língua, mais adequada para esse fim.
Quanto às características da carta aberta, destaca-se seu contexto e produção e a predominância da argumentação, pois é preciso que o autor:
convença os leitores acerca de sua opinião;
embase suas reivindicações e reclamações para que o destinatário possa se sensibilizar e agir em prol de uma resolução.
Saiba mais: Artigo de opinião — texto que defende um ponto de vista socialmente relevante
Antes da escrita propriamente dita, é necessário:
identificar o destinatário;
definir o tema a ser tratado;
estabelecer tese a ser defendida, junto dos argumentos.
Além de ter essas informações em mãos, o remetente deve ter conhecimento da estrutura da carta aberta, a fim de produzi-la de acordo com as exigências do gênero.
O remetente deve iniciar a carta situando a audiência quanto ao problema, isto é, trazendo elementos contextuais necessários para que se possa entender a motivação que levou o autor à escrita do texto.
Na segunda parte, o remetente deve fazer uso de argumentos que fundamentem sua opinião. Em uma carta aberta cuja temática é a preocupação com o desmatamento da Amazônia, por exemplo, deve-se trazer dados para justificar a tese sobre a necessidade de proteção de um dos principais biomas brasileiros.
Por fim, o fechamento da carta pode trazer sugestões ou mesmo exigências ao destinatário. Quando este é um órgão governamental, por exemplo, o remetente pode cobrar seu posicionamento ou atuação no problema levantado na carta. O texto se encerra com uma despedida cordial, assinatura, local e data.
CARTA ABERTA DE MÉDICAS E MÉDICOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO Frente ao avanço da pandemia no Brasil imposto pela variante Ômicron, as unidades da Atenção Primária à Saúde (APS) do município do Rio de Janeiro tem tido suas condições de trabalho ainda mais agravadas com sobrecarga dos serviços, adoecimento físico e psíquico de profissionais e ausência de diálogo por parte da gestão municipal. De maneira diferente das variantes anteriores, a atual foi responsável pela explosão de casos de covid-19 no Rio de Janeiro de forma muito acelerada, com aumento de mais de 6000% dos casos confirmados entre a última semana de 2021 e a primeira semana de 2022. Este cenário veio agravar a sobrecarga dos serviços de APS, que durante quase dois anos tiveram de se readaptar ao surgimento da nova pandemia, ao aumento de casos com necessidade de intervenções médicas avançadas nas unidades, à vacinação em massa da população, a mudanças dos contratos de gestão e ao surto de influenza do final de 2021 com pouco apoio adicional das gestões. [...] Sendo assim, frente ao cenário de avanço ainda sem previsão de diminuição dos casos por variante Ômicron e do adoecimento das trabalhadoras e trabalhadores, com a iminente e necessária campanha de vacinação de crianças contra covid-19, enquanto trabalhadoras e trabalhadores da APS do Rio de Janeiro, exigimos que sejam implantadas novas estratégias de testagem e atendimento que visem reduzir a sobrecarga e o adoecimento de profissionais de saúde e o estabelecimento de diálogo institucional e permanente entre a gestão municipal e as trabalhadoras e trabalhadores. Médicas e médicos da APS do Rio de Janeiro e entidades solidárias a suas demandas |
A carta aberta acima foi escrita por médicos do Rio de Janeiro tendo como destinatário a Secretaria Municipal do Rio de Janeiro. No trecho extraído, destacamos os três elementos essenciais do gênero carta aberta: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Na introdução, é exposto na carta o que motivou sua escrita. Diante do aumento de casos de covid-19 entre o final de 2021 e início de 2022, os médicos se encontram em situação adversa, com sobrecarga de serviços, o que acarretou em adoecimento dos profissionais de saúde do município.
Na segunda parte, no desenvolvimento, são trazidos alguns dados como argumento para convencer o público e o destinatário de que mudanças precisam ser feitas. De acordo com o texto, houve um aumento de mais de 6000% no número de diagnósticos. Além disso, o surto de influenza tem aumentado e dificultado o trabalho dos médicos.
Por fim, na conclusão, o texto se encerra com a exigência de que “sejam implantadas novas estratégias de testagem e atendimento que visem reduzir a sobrecarga e o adoecimento dos profissionais de saúde e o estabelecimento de diálogo institucional entre a gestão municipal e as trabalhadoras e trabalhadores”. Em seguida, o grupo de médicos assina a carta e identifica a data e o local de sua produção.
O trecho acima evidencia o caráter social da carta aberta, pois a temática da pandemia e dos problemas estruturais no sistema de saúde são de interesse público. Quando os médicos escrevem uma carta aberta ao órgão responsável por tratar da situação, o objetivo é, além de sensibilizar a entidade, convencer e persuadir a população de que a sobrecarga nos serviços e o consequente adoecimento físico e psíquico dos profissionais impedem o combate ao vírus e resulta em um problema ainda maior, que afeta toda a população.
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.