Romantismo foi um estilo de época cuja estética foi marcada por exagero sentimental, nacionalismo e idealização. Teve três fases: nacionalista, ultrarromântica e social.
O romantismo foi um estilo de época marcado pelo sentimentalismo. Ele surgiu no final do século XVIII, no contexto da Revolução Francesa, e teve seu auge no século XIX. Na literatura mundial, contou com nomes como o do alemão Goethe e do francês Victor Hugo. Na pintura, representaram-no o inglês William Turner e o francês Eugène Delacroix. Já a música romântica teve artistas como o polonês Frédéric Chopin e o alemão Richard Wagner.
A estética romântica apresentou sentimentalismo exagerado, sentimento nacionalista, visão antropocêntrica e idealização amorosa. A literatura romântica brasileira foi representada por autores como Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Castro Alves e José de Alencar. Já a literatura portuguesa contou com escritores como Camilo Castelo Branco e Almeida Garrett.
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O romantismo foi um estilo de época surgido no final do século XVIII.
O fato histórico que condiz com os ideais românticos foi a Revolução Francesa.
A literatura, a música e a pintura românticas foram carregadas de sentimentalismo.
O romantismo apresentou estas fases: nacionalista, ultrarromântica e social.
Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco foram os principais nomes do romantismo português.
Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Castro Alves e José de Alencar foram os principais autores românticos do Brasil.
O romantismo foi um estilo de época que vigorou entre os séculos XVIII e XIX. Durante esse período, obras artísticas e literárias apresentaram características em comum que as filiaram a esse movimento estético.
A Revolução Francesa teve início em 1789, e os ideais revolucionários se espalharam por toda a Europa. Tal revolução marcou a ascensão da burguesia ao poder e a decadência das monarquias. A classe burguesa, a partir de então, passou a exercer forte influência política e cultural.
No início do século XIX, Napoleão Bonaparte (1769-1821) pretendia expandir o poderio francês. A ameaça francesa gerou, assim, um sentimento de nacionalidade nos outros países europeus. Dessa forma, o romantismo teve como alicerce os ideais de liberdade, o nacionalismo e a idealização da vida burguesa.
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O nacionalismo romântico teve origem na Alemanha, e um de seus principais representantes foi o escritor Johann Wolfgang von Goethe. Já na Inglaterra, o romance histórico de Walter Scott (1771-1832) valorizava os costumes burgueses. Por fim, na França, a crítica social teve como seu maior representante o escritor Victor Hugo.
A literatura romântica apresenta:
subjetividade;
exagero sentimental;
adjetivação excessiva;
uso recorrente de exclamações;
nacionalismo;
ideais libertários;
idealização do amor e da mulher;
temática amorosa;
bucolismo;
visão teocêntrica;
valorização dos costumes burgueses;
fuga da realidade.
São escritores românticos conhecidos mundialmente:
Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) — alemão;
Lord Byron (1788-1824) — inglês;
Victor Hugo (1802-1885) — francês.
A pintura romântica buscou despertar fortes emoções no receptor. Ela apresentou pinceladas fortes e cores intensas. Foi marcada por uma perspectiva teocêntrica, tendo também caráter nacionalista, idealizante e libertário, além de temática medieval ou oriental. Foi comum esse tipo de pintura retratar paisagens naturais, como montanhas, rios etc.
Como exemplo, apresentamos, a seguir, a obra A barca de Dante, do pintor francês Eugène Delacroix (1798-1863). Nela, é possível perceber a intensidade das emoções, a forte tonalidade da cor, além da temática teocêntrica ou medieval:
Outros famosos pintores românticos foram:
Caspar David Friedrich (1774-1840) — alemão;
William Turner (1775-1851) — inglês;
John Constable (1776-1837) — inglês;
Victor Meirelles (1832-1903) — brasileiro.
A música romântica foi marcada pela originalidade, individualização e autonomia artística. Como qualquer obra romântica, buscou causar fortes emoções, além da nostalgia. O músico romântico pretendeu despertar sentimentos superiores no receptor, além de alimentar a fantasia. Nesse tipo de música, houve prevalência da harmonia sobre a melodia.
São famosos músicos românticos:
Frédéric Chopin (1810-1849) — polonês;
Robert Schumann (1810-1856) — alemão;
Franz Liszt (1811-1886) — húngaro;
Richard Wagner (1813-1883) — alemão;
Giuseppe Verdi (1813-1901) — italiano;
Johannes Brahms (1833-1897) — alemão;
Carlos Gomes (1836-1896) — brasileiro.
A literatura romântica apresentou, basicamente, três fases:
nacionalista: enaltecimento dos símbolos nacionais;
ultrarromântica: presença de sofrimento amoroso, melancolia e morbidez;
social: presença de caráter pré-realista na discussão de questões sociais.
Assim, os ideais românticos apareceram em poesias, peças de teatro, além de romances de caráter histórico, urbano ou regional.
Almeida Garrett (1799-1854)
António Feliciano de Castilho (1800-1875)
Alexandre Herculano (1810-1877)
Camilo Castelo Branco (1825-1890)
Soares de Passos (1826-1860)
João de Deus (1830-1896)
Júlio Dinis (1839-1871)
Antero de Quental (1842-1891)
Camões (1825), de Almeida Garrett
A noite do castelo e Os ciúmes do bardo (1836), de António Feliciano de Castilho
Eurico, o presbítero (1844), de Alexandre Herculano
Poesias (1856), de Soares de Passos
Amor de perdição (1862), de Camilo Castelo Branco
Odes modernas (1865), de Antero de Quental
As pupilas do senhor reitor (1867), de Júlio Dinis
Flores do campo (1868), de João de Deus
Martins Pena (1815-1848)
Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882)
Maria Firmina dos Reis (1822-1917)
Gonçalves Dias (1823-1864)
Bernardo Guimarães (1825-1884)
Manuel Antônio de Almeida (1830-1861)
Álvares de Azevedo (1831-1852)
Sousândrade (1833-1902)
Casimiro de Abreu (1839-1860)
Fagundes Varela (1841-1875)
Franklin Távora (1842-1888)
Visconde de Taunay (1843-1899)
Castro Alves (1847-1871)
Suspiros poéticos e saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães
A moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo
Lira dos vinte anos (1853), de Álvares de Azevedo
O noviço (1853), de Martins Pena
Memórias de um sargento de milícias (1854), de Manuel Antônio de Almeida
Os timbiras (1857), de Gonçalves Dias
O guarani (1857), de José de Alencar
O guesa errante (1858), de Sousândrade
As primaveras (1859), de Casimiro de Abreu
Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis
Vozes da América (1864), de Fagundes Varela
Espumas flutuantes (1870), de Castro Alves
Inocência (1872), de Visconde de Taunay
Senhora (1875), de José de Alencar
A escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães
O Cabeleira (1876), de Franklin Távora
Classicismo: estilo de época vigente entre os séculos XVI e XVII, apresentou visão antropocêntrica sobre a realidade. As obras desse período valorizaram o pensamento racional e foram marcadas pelo equilíbrio. Saiba mais sobre esse estilo de época clicando aqui.
Romantismo: estilo de época vigente entre os séculos XVIII e XIX, apresentou visão teocêntrica sobre a realidade. As obras desse período valorizaram a emoção e foram marcadas pelo excesso sentimental.
Saiba mais: Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu — dois poetas ultrarromânticos
Questão 1 (Enem)
Leito de folhas verdes
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d’alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
DIAS, G. Antologia poética. Rio de Janeiro: Agir, 1979 (fragmento).
Na perspectiva do romantismo, a representação feminina espelha concepções expressas no poema pela
A) reprodução de estereótipos sociais e de gênero.
B) presença de traços marcadores de nacionalidade.
C) sublimação do desejo por meio da espiritualização.
D) correlação feita entre estados emocionais e natureza.
E) mudança de paradigmas relacionados à sensibilidade.
Resolução:
Alternativa D
O poema da questão apresenta elementos bucólicos associados aos estados emocionais do eu lírico. Assim, a Lua, as estrelas e a brisa são associadas ao amor. Por fim, a voz poética é comparada à “flor que desabrocha ao romper d’alva”.
Questão 2 (UEFS)
Minha desgraça
Minha desgraça, não, não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...
Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...
Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito assim blasfema,
É ter para escrever todo um poema,
E não ter um vintém para uma vela.
AZEVEDO, Álvares de. Minha Desgraça. Lira dos vinte anos. São Paulo: FTD, 1994. p. 194. (Coleção Grandes Leituras).
Indique V ou F, conforme seja o item verdadeiro ou falso.
O poema revela
( ) um eu comandado pelo racionalismo.
( ) o humor como artifício de ocultamento de um drama.
( ) o sentimento irônico em face dos limites da vida prática.
( ) a indignação romântica contra a realidade material da vida.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
A) F V V V
B) F V V F
C) V F F V
D) V F V F
E) V V V V
Resolução:
Alternativa A
O poema apresenta um eu comandado pelo sentimentalismo e que usa humor e ironia diante da realidade, revelando indignação ao mostrar que a genialidade artística é limitada pela realidade material da vida.
Fontes
ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2015.
COSSON, Rildo; SCHWANTES, Cíntia. Romance histórico: as ficções da história. Itinerários, Araraquara, v. 23, p. 29-37, 2005.
GUERREIRO, Emanuel. O nascimento do Romantismo em Portugal. Diadorim, Rio de Janeiro, v. 1, n. 17, p. 66-82, jul. 2015.
HORTA, Luiz Paulo. Anton Bruckner, o Bach do romantismo. Estudos Avançados, São Paulo, v. 24, n. 69, 2010.
MARQUES, Wilton Jose. Alexandre Herculano e A voz do profeta. Navegações, Porto Alegre, v. 5, n. 1, p. 40-47, jan./ jun. 2012.
PEDROSA, Ana Bárbara. Almeida Garrett e a proposta política do Romantismo. Diacrítica, Braga, v. 29, n. 3, 2015.
TORAL, André A. No limbo acadêmico: comentários sobre a exposição “Almeida Júnior — um criador de imaginários”. ARS, São Paulo, v. 5, n. 10, 2007.
WAIZBORT, Leopoldo. Chaves para ouvir Schumann (paralipomena à Kreisleriana - I). Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, v. 75, jul. 2006.
WANNER, Maria Celeste de Almeida. Paisagens sígnicas: uma reflexão sobre as artes visuais contemporâneas. Salvador: EDUFBA, 2010.
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.