Marcelo Rubens Paiva é um famoso escritor brasileiro cujas obras apresentam caráter memorialístico e político. Um de seus livros mais conhecidos é Ainda estou aqui.
Marcelo Rubens Paiva é um autor brasileiro. Ele nasceu na cidade de São Paulo, no dia 1º de maio de 1959. Mais tarde, iniciou curso de Engenharia, estudou na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, além de escrever crônicas para a Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo.
O autor iniciou sua carreira literária ao publicar, em 1982, o romance autobiográfico Feliz ano velho, o qual conta a sua experiência traumática após um acidente que o levou a usar cadeira de rodas. Suas obras apresentam caráter memorialístico, histórico e político. Um de seus livros mais conhecidos é o romance Ainda estou aqui.
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Marcelo Rubens Paiva nasceu em 1º de maio de 1959, na cidade de São Paulo. É filho de Maria Lucrécia Eunice Paiva (1929-2018) e Rubens Beyrodt Paiva (1929-1971). O pai do escritor era engenheiro e foi eleito deputado federal afiliado ao Partido Trabalhista Brasileiro, mandato que iniciou em 1963. Com o Golpe Militar de 1964, teve seu mandato cassado.
Seguiu para o exílio, na Iugoslávia. A família de Marcelo Rubens Paiva era dona de uma construtora, que foi dirigida pela mãe do autor enquanto o pai estava no exílio. O ex-deputado retornou ao Brasil no final de 1964 e voltou a trabalhar como engenheiro. Porém, continuou envolvido com a política.
Assim, no início de 1971, membros da Aeronáutica invadiram sua casa e levaram seu pai preso. Rubens Paiva nunca mais voltou para casa. O escritor Marcelo Rubens Paiva tinha 11 anos na época, e esse fato marcou sua vida. Décadas depois do desaparecimento de Rubens Paiva, a família teve a confirmação de que ele fora torturado e assassinado.
Marcelo Rubens Paiva estudou no colégio Vera Cruz e na escola pública Caetano de Campos, ambas instituições na cidade de São Paulo. A família foi morar em Santos, onde o autor foi matriculado no colégio Tarquínio Silva. Depois, morando no Rio de Janeiro, foi aluno do colégio Andrews.
Ao voltar para a cidade São Paulo, fez o ensino médio no colégio Santa Cruz, de ideologia católica. Nessa época, começou a escrever para o Jornal Moral, periódico estudantil criado por ele e seus colegas, que viram um professor de Literatura e outro de História serem presos na escola por membros do Regime Militar.
O autor também tinha interesse em música e fez parte de uma banda de rock. Ingressou na Faculdade de Engenharia da Unicamp. Morava em uma república estudantil, quando, no final de 1979, pulou de cabeça em um lago e bateu a cabeça em uma pedra, ficando, a princípio, tetraplégico. Após longo tempo de tratamento e recuperar os movimentos dos braços, ele escreveu o livro Feliz ano velho, relatando esse período difícil de sua vida.
A obra foi publicada em 1982 e se tornou um grande sucesso, sendo seu autor considerado um ídolo da juventude da época. Em seguida, ingressou na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. A partir desse primeiro romance, Marcelo Rubens Paiva iniciou sua carreira literária e publicou seu próximo livro em 1986.
O escritor também escreveu crônicas para o jornal Folha de São Paulo a partir de 1992. Em 1994, foi apresentador do programa Fanzine, da tevê Cultura. Em 1999, foi roteirista na tevê Bandeirantes e, de 2003 a 2004, na tevê Globo. Deixou a Folha de São Paulo em 2002, quando começou a escrever para O Estado de São Paulo.
A partir de 2009, passou a trabalhar como diretor de teatro. Em 2010, fez uma adaptação cinematográfica de seu romance Malu de bicicleta. Por esse roteiro, foi premiado pela Academia Brasileira de Letras. Em 2015, publicou seu livro Ainda estou aqui, adaptado para o cinema, em 2024, por Walter Salles (1956-). Em 2016, o autor participou da cerimônia de abertura dos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro.
As obras de Marcelo Rubens Paiva fazem parte da literatura contemporânea brasileira. Elas são marcadas pela linguagem simples, irônica e irreverente, além de fazerem crítica sociopolítica e destacarem a realidade urbana. O caráter memorialístico é recorrente, bem como a temática da Ditadura Militar e dos desaparecidos políticos. O autor também transitou pelo gênero policial.
Outros elementos de suas obras:
O livro Ainda estou aqui está focado na vida da mãe do autor, Eunice Paiva. Após o desaparecimento de seu marido (o ex-deputado federal Rubens Paiva, torturado e assassinado pelo Regime Militar em 1971), Eunice precisou terminar de criar seus cinco filhos sozinha.
Nesse aclamado romance, Marcelo Rubens Paiva mostra a trajetória de sua mãe desde o trágico desaparecimento do marido, quando ela decidiu fazer faculdade de Direito e se tornou advogada. Porém, no fim de sua vida, precisou enfrentar o mal de Alzheimer. Nessa obra, Marcelo Rubens Paiva relembra o passado de sua família, marcado pelo desaparecimento do pai.
Em 2008, devido à doença da mãe, o escritor passou a cuidar dela. Como escreveu o autor e narrador da obra, naquele dia 30 de janeiro de 2008, “Eu virava mãe da minha mãe”. Mas o escritor também fala do nascimento do filho em 2014. Assim, rememora o passado, reflete sobre suas origens, de forma a fazer uma ponte entre passado e presente.
Dessa forma, à medida que a mãe perde a memória devido ao mal de Alzheimer, o autor busca resgatar as lembranças e registrar tudo nesse romance que fala não só da história de uma família, mas também da história do Brasil. E evidencia os horrores da Ditadura Militar, que interrompeu nossa democracia entre 1964 e 1985.
Em 2016, Marcelo Rubens Paiva recusou a Ordem do Mérito Cultural, em protesto ao governo Temer. Já em 2024, foi indicado para receber a Medalha Mérito Legislativo, condecoração que homenageia personalidades que prestaram serviços relevantes ao Brasil.
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A seguir, leia algumas frases de Marcelo Rubens Paiva, retiradas de seus livros Feliz ano velho e Ainda estou aqui:
Crédito de imagem
[1] Editora Alfaguara (reprodução)
Fontes
ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2021.
JORNAL DO BRASIL. Escritor Marcelo Rubens Paiva recusa homenagem do Ministério da Cultura. Disponível em: https://www.jb.com.br/cultura/noticias/2016/10/12/escritor-marcelo-rubens-paiva-recusa-homenagem-do-ministerio-da-cultura.html.
LEMOS, Nina. Marcelo Rubens Paiva. Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/marcelo-rubens-paiva.
LONDERO, Maria Isabel. A leitura sociológica da obra Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva. Literatura e Autoritarismo, Santa Maria, n. 5, jan./ jun. 2005.
PAIVA, Marcelo Rubens. Ainda estou aqui. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.
PAIVA, Marcelo Rubens. Feliz ano velho. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.
SILVA, Maricelma da. Narrativa e metanarrativa: modos de reconstituição da memória em Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva. 2018. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) – Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2018.
SOUSA, Rodrigo Diniz. Alegorias do trauma ditatorial: violência e memória em Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva. 2018. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) – Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2018.
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.