Literatura inglesa

Por Warley Souza

A literatura inglesa é formada por obras de língua inglesa. Surgiu na Inglaterra no século VIII, e seu primeiro clássico é o poema épico Beowulf.

Ilustração de William Shakespeare, o grande nome da literatura inglesa.
William Shakespeare é o grande nome da literatura inglesa.

A literatura inglesa é formada por obras de língua inglesa, não apenas aquelas produzidas na Inglaterra. No entanto, por questões didáticas, este artigo está centrado na literatura inglesa produzida no Reino Unido. Essa literatura surgiu no século VIII e sua obra inaugural é a epopeia Beowulf, de autor desconhecido.

Além de Beowulf, a literatura inglesa possui clássicos como Paraíso perdido, de John Milton, Frankenstein, de Mary Shelley, Jane Eyre, de Charlotte Brontë, e Ulysses, de James Joyce. E também a peça teatral Macbeth, de William Shakespeare, o mais famoso poeta e dramaturgo da Inglaterra.

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Resumo sobre literatura inglesa

  • A literatura inglesa é formada por obras de língua inglesa, não apenas aquelas produzidas na Inglaterra.
  • A origem da literatura inglesa está no século VIII, quando foi escrito o poema épico Beowulf, de autor desconhecido.
  • Além dessa obra, a literatura inglesa possui clássicos como Frankenstein, de Mary Shelley, e O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde.
  • Geoffrey Chaucer é o principal autor da literatura inglesa medieval.
  • A literatura inglesa contemporânea é marcada pela metaficção historiográfica e pela intertextualidade.

Quais as características da literatura inglesa?

A literatura inglesa é formada por obras de língua inglesa, não apenas aquelas produzidas na Inglaterra. Apesar disso, neste texto, por questões didáticas, focaremos a literatura inglesa produzida no Reino Unido, sem considerar as literaturas americana e australiana, por exemplo, que possuem características próprias.

A literatura inglesa produzida no Reino Unido teve início no século VIII, por meio da poesia épica, ou seja, narrativa em verso, de perspectiva heroica. Em seguida, estiveram em evidência os romances de cavalaria. Essas narrativas medievais apresentavam amor idealizado, heroísmo, aventuras e teocentrismo.

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Durante a era elisabetana (1558-1603), o Renascimento esteve em seu auge. Porém, em regime absolutista, críticas políticas na literatura eram raras. As características do Classicismo presentes nas obras desse período são:

  • pastoralismo;
  • uso de neologismos;
  • amor idealizado;
  • valorização do soneto;
  • poesia de caráter épico;
  • temas da Antiguidade.

No Renascimento, a literatura inglesa também contou com o fortalecimento do teatro. As peças teatrais de William Shakespeare foram escritas nesse período. Esse escritor do Classicismo também produziu famosos sonetos. Durante o Renascimento, algumas obras também apresentavam traços barrocos. Seus autores eram chamados de “poetas metafísicos”, como John Donne, cuja poesia apresenta:

  • sensualidade;
  • temática amorosa;
  • temas religiosos;
  • cultismo.

O período de restauração (iniciado em 1660) coincidiu com o Neoclassicismo, o qual, na literatura inglesa, possui estas características:

  • antropocentrismo;
  • caráter urbano;
  • elementos satíricos;
  • crítica política;
  • rigor formal na poesia.

Em seguida, o Romantismo inglês fez oposição à racionalidade neoclássica. Assim, temos:

  • elementos sensoriais;
  • valorização da imaginação;
  • caráter libertário;
  • temática amorosa;
  • foco nos costumes sociais;
  • sentimentalismo exagerado.

Na sequência, o Realismo predominou no período vitoriano (1837-1901), com as seguintes características:

  • ironia;
  • antirromantismo;
  • crítica sociopolítica;
  • reflexão acerca de questões morais.

Além de possuir obras que, com objetividade, criticavam a sociedade vitoriana, a era eduardiana (1901-1910) também assistiu ao surgimento da poesia simbolista, que tinha as seguintes características:

  • pessimismo;
  • rigor formal;
  • sensorialismo.

O Modernismo inglês teve início no período georgiano (1910-1936), apresentando estes elementos:

  • reflexões feministas;
  • experimentação;
  • monólogo interior;
  • temas sexuais;
  • versos livres na poesia.

Após a Segunda Guerra Mundial, os romances modernistas são marcados por:

  • distopia;
  • caráter satírico;
  • nonsense;
  • foco na vida urbana;
  • individualismo;
  • reflexões sobre a tecnologia.

Clássicos da literatura inglesa

  • A balada do velho marinheiro (1797) — Samuel Taylor Coleridge.
  • Absalão e Aquitopel (1681) — John Dryden.
  • Admirável mundo novo (1932) — Aldous Huxley.
  • A rainha das fadas (1590) — Edmund Spenser.
  • As viagens de Gulliver (1726) — Jonathan Swift.
  • Aurora Leigh (1856) — Elizabeth Browning.
  • Beowulf (século VIII) — autor desconhecido.
  • Canções da inocência e da experiência (1794) — William Blake.
  • Dom Galvão e o cavaleiro verde (século XIV) — poeta de Pearl.
  • Don Juan (1819) — Lord Byron.
  • Erewhon (1872) — Samuel Butler.
  • Esperando Godot (1952) — Samuel Beckett.
  • Frankenstein (1818) — Mary Shelley.
  • Hyperion (1818) — John Keats.
  • Ivanhoé (1819) — Walter Scott.
  • Jane Eyre (1847) — Charlotte Brontë.
  • Macbeth (1623) — William Shakespeare.
  • Moll Flanders (1722) — Daniel Defoe.
  • Mrs. Dalloway (1925) — Virginia Woolf.
  • O amante de Lady Chatterley (1928) — D. H. Lawrence.
  • O livro da selva (1894) — Rudyard Kipling.
  • O médico e o monstro (1886) — Robert Louis Stevenson.
  • O morro dos ventos uivantes (1847) — Emily Brontë.
  • O mundo perdido (1912) — Arthur Conan Doyle.
  • O rapto da madeixa (1712) — Alexander Pope.
  • O retrato de Dorian Gray (1891) — Oscar Wilde.
  • Os contos da Cantuária (1476) — Geoffrey Chaucer.
  • Paraíso perdido (1667) — John Milton.
  • Pigmaleão (1913) — Bernard Shaw.
  • Poemas (1633) — John Donne.
  • Poemas (1830) — Alfred Tennyson.
  • Poemas (1807) — William Wordsworth.
  • Quatro quartetos (1941) — T. S. Eliot.
  • Razão e sensibilidade (1811) — Jane Austen.
  • Remédios desesperados (1871) — Thomas Hardy.
  • Responsabilidades (1914) — William Butler Yeats.
  • Romola (1863) — George Eliot (Mary Ann Evans).
  • Ulisses (1922) — James Joyce.
  • Um conto de Natal (1843) — Charles Dickens.
  • 1984 (1949) — George Orwell.

Principais autores da literatura inglesa

  • Aldous Huxley (1894-1963).
  • Alexander Pope (1688-1744).
  • Alfred Tennyson (1809-1892).
  • Arthur Conan Doyle (1859-1930).
  • Bernard Shaw (1856-1950).
  • Charles Dickens (1812-1870).
  • Charlotte Brontë (1816-1855).
  • Daniel Defoe (1660-1731).
  • D. H. Lawrence (1885-1930).
  • Edmund Spenser (1552-1599).
  • Elizabeth Browning (1806-1861).
  • Emily Brontë (1818-1848).
  • Geoffrey Chaucer (1343-1400).
  • George Eliot (Mary Ann Evans) (1819-1880).
  • George Orwell (1903-1950).
  • James Joyce (1882-1941).
  • Jane Austen (1775-1817).
  • John Donne (1572-1631).
  • John Dryden (1631-1700).
  • John Keats (1795-1821).
  • John Milton (1608-1674).
  • Jonathan Swift (1667-1745).
  • Lord Byron (1788-1824).
  • Mary Shelley (1797-1851).
  • Oscar Wilde (1854-1900).
  • Poeta de Pearl.
  • Robert Louis Stevenson (1850-1894).
  • Rudyard Kipling (1865-1936).
  • Samuel Beckett (1906-1989).
  • Samuel Butler (1835-1902).
  • Samuel Taylor Coleridge (1772-1834).
  • Thomas Hardy (1840-1928).
  • T. S. Eliot (1888-1965).
  • Virginia Woolf (1882-1941).
  • Walter Scott (1771-1832).
  • William Blake (1757-1827).
  • William Butler Yeats (1865-1939).
  • William Shakespeare (1564-1616).
  • William Wordsworth (1770-1850).

Literatura inglesa medieval

“Beowulf”, de autor desconhecido e a obra inaugural da literatura ingelsa, publicado pela editora 34.
Beowulf, de autor desconhecido, publicado pela editora 34. [1]

A literatura inglesa surgiu no período medieval (500-1500). Contrariando a perspectiva teocêntrica medieval, Beowulf, a primeira obra da literatura inglesa, escrita no século VIII, é um poema épico. Portanto, vinculada às lendas da Antiguidade. Do período medieval, são destaque as obras do Poeta de Pearl e de Geoffrey Chaucer.

A narrativa em versos Dom Galvão e o cavaleiro verde, do Poeta de Pearl, narra a história do cavaleiro Dom Galvão. Esse personagem é um dos cavaleiros da távola redonda, além de ser sobrinho do rei Arthur. Assim, sobressai, na literatura medieval inglesa, o romance de cavalaria.

A partir de Chaucer, a literatura passou a utilizar o inglês moderno. No século XIV, Chaucer produziu uma obra crítica que prenunciava a literatura renascentista e, pela primeira vez, trazia marcas típicas da cultura inglesa. Ele é autor de Os contos da Cantuária, livro com histórias que mostram os costumes e a estrutura social da Inglaterra da época.

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Literatura inglesa contemporânea

Assim como toda a literatura ocidental da atualidade, a literatura inglesa contemporânea é marcada pela diversidade temática e pela liberdade de criação. Além disso, sobressaem na literatura inglesa da contemporaneidade os seguintes elementos:

  • intertextualidade;
  • questões de gênero;
  • caráter confessional;
  • questionamento da realidade;
  • metalinguagem;
  • metaficção historiográfica.

Alguns autores britânicos contemporâneos são:

  • Doris Lessing (1919-2013).
  • John Fowles (1926-2005).
  • Peter Shaffer (1926-2016).
  • Edna O’Brien (1930-2024).
  • V. S. Naipaul (1932-2018).
  • Tom Stoppard (1937-).
  • Seamus Heaney (1939-2013).
  • Susan Hill (1942-).
  • Stevie Davies (1946-).
  • Michèle Roberts (1949-).
  • Neil Gaiman (1960-).
  • Andrew Miller (1974-).

Origem e história da literatura inglesa

Escrita no século VIII e de autor desconhecido, o poema épico Beowulf é a obra inaugural da literatura inglesa. Outro fato importante da história dessa literatura ocorreu no período medieval, quando Geoffrey Chaucer se tornou o primeiro autor a não mais utilizar o inglês antigo.

O auge da literatura inglesa ocorreu no Renascimento, entre 1500 e 1660, quando se deu a “época de ouro” da literatura inglesa. William Shakespeare, o grande nome do teatro e da poesia, é o principal autor do Classicismo. Já o Barroco não teve grande importância nessa literatura, mas traços desse estilo estão em obras do período renascentista.

O Neoclassicismo esteve em evidência a partir do período de restauração. Em oposição ao estilo neoclássico, o Romantismo inglês predominou entre 1785 e 1837. Na sequência, o Realismo vigorou entre 1837 e 1901, dando lugar ao Simbolismo. Já em 1910, o Modernismo passou a comandar a literatura inglesa.

Crédito de imagem

[1] Editora 34 (reprodução)

Fontes

ALBRECHT, Karina Gebien. Literatura inglesa. Indaial: UNIASSELVI, 2019.

BISERRA, Wiliam Alves. Literatura inglesa contemporânea: diálogos entre literatura e história. In: LABORDE, Elga Pérez (org.). Identidades em contato. Campinas: Pontes, 2011. p. 219-231.

CASADO, Fernanda Beatrice do Amaral. Um estudo sobre a importância da obra literária de Geoffrey Chaucer para a manutenção da língua inglesa após a invasão normanda. 2023. Monografia (Bacharelado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2023.

CEVASCO, Maria Elisa; SIQUEIRA, Valter Lellis. Rumos da literatura inglesa. 2. ed. São Paulo: Ática, 1985.

GALDINO, Francislí Costa. Um olhar sobre o feminino na poesia erótica de John Donne. 2015. Dissertação (Mestrado em Literatura Comparada) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015.

GONZAGA, Elen de Sousa. Metaficção historiográfica e gênero na literatura inglesa contemporânea: Stevie Davies. 2010. Tese (Doutorado em Teoria Literária) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

Mais procurados

Fagundes Varela

Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.

Tipos de predicado

O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.

Adjunto adverbial

Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.

Falsos sinônimos

Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.

Palavras aportuguesadas

As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.

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