O sujeito é um termo essencial da oração, podendo ser simples, composto, implícito ou indeterminado.
Sujeito é um termo essencial da oração, aquele sobre o qual se declara alguma coisa. Já o predicado, outro termo essencial, é aquilo que se declara sobre o sujeito. O sujeito pode ser simples, composto, implícito ou indeterminado e pode estar antes ou depois do verbo, com o qual concorda.
Leia também: Termos acessórios da oração — os termos que não são essenciais à sua estrutura sintática
O sujeito, assim como o predicado, é um termo essencial da oração.
É o termo sobre o qual se declara alguma coisa.
Ele também é o elemento que concorda com o verbo.
Os tipos de sujeito são: simples, composto, implícito e indeterminado.
Há orações com sujeito inexistente, isto é, elas não possuem sujeito.
Em uma oração, o sujeito pode estar anteposto ou posposto ao verbo.
O sujeito é um dos termos essenciais da oração. Assim, ele é o termo sobre o qual declaramos algo:
Celina está cansada de trabalhar.
Ele também pode ser substituído por um dos pronomes pessoais do caso reto:
Ela está cansada de trabalhar.
Por fim, é a palavra ou expressão que concorda com o verbo:
Celina está cansada de trabalhar.
O sujeito simples possui apenas um núcleo, ou seja, um termo principal (substantivo, palavra substantivada ou pronome):
As minhas férias acabam de começar.
Elas acabam de começar.
Possui mais de um núcleo (substantivo, palavra substantivada ou pronome):
Cristina, minha mãe e meu irmão decidiram morar em Angola.
Elas e ele decidiram morar em Angola.
Também conhecido como sujeito implícito, elíptico ou desinencial, o sujeito oculto não está explícito e só pode ser identificado por meio da desinência do verbo:
Agimos com ética, por isso somos os melhores.
Nesse exemplo, está implícito o sujeito “nós”.
Apesar de existir, ele não pode ser identificado quando o verbo estiver flexionado na terceira pessoa do plural e não apresentar nenhum sujeito expresso:
Diziam que Camila era uma artista francesa.
Desse modo, concluímos que “eles” ou “elas” diziam que Camila era uma artista francesa. No entanto, não é possível determinar quem são “eles” ou “elas”.
Também ocorre a indeterminação do sujeito em orações com verbos intransitivos, transitivos indiretos ou verbos de ligação flexionados na terceira pessoa do singular, acompanhados da palavra SE:
Foi-se por aquela vereda coberta de sombras.
Acredita-se em tudo que ela diz.
Era-se triste naquelas longas noites de inverno.
A oração não possui sujeito quando apresenta verbo relacionado a um fenômeno natural. Veja a seguir:
Trovejou a tarde inteira.
Ou quando for composta pelo verbo “haver”, com o significado de “existir” ou com a ideia de tempo decorrido:
Tenho certeza de que havia dez barras de chocolate na minha gaveta.
Há um ano, ninguém diria que eu ficaria tão famoso.
Também é inexistente o sujeito de oração com o verbo “fazer”, usado para indicar a passagem do tempo ou a temperatura:
Só sei que faz cinco anos que não vejo meus filhos.
Fazia frio lá fora, por isso permaneci aquecido debaixo dos cobertores.
Por fim, o sujeito é inexistente também em orações com os verbos “ir” (indicativo de passagem do tempo), “estar” (indicativo de temperatura), além de “bastar” e “chegar” (ambas as palavras com o sentido de ser suficiente):
Vai para mais de uma década que deixei o Brasil.
Esteve bastante quente hoje à tarde.
Chega de traição, quero ser fiel.
Basta de traição, quero ser fiel.
Para identificar o sujeito, você deve perguntar “quem” ou “o que” praticou ou sofreu a ação verbal. Observe a seguir:
O pedreiro construiu uma bela casa para mim.
Nessa oração, quem praticou a ação de construir uma bela casa? A resposta é: o pedreiro. Portanto, ele é o sujeito da oração.
Agora analise este enunciado:
Uma bela casa foi construída pelo pedreiro.
Então, o que foi construída pelo pedreiro? A resposta é: uma bela casa. Consequentemente, “uma bela casa” é o sujeito.
Outra forma de identificar o sujeito é apontar o elemento sobre o qual se declara alguma coisa. Veja a seguir:
Os moradores de rua são ignorados por grande parte da população.
Nessa oração, foi declarado que algumas pessoas são ignoradas por grande parte da população. E que pessoas são essas? A resposta é: os moradores de rua. Por conseguinte, a expressão “os moradores de rua” é o sujeito.
Em todos os exemplos acima, podemos substituir os sujeitos por um pronome pessoal do caso reto. Isso indica que os elementos substituídos são realmente sujeitos:
Ele construiu uma bela casa para mim.
Ela foi construída pelo pedreiro.
Eles são ignorados por grande parte da população.
Finalmente, é possível identificar o sujeito por meio da flexão verbal, isto é, ao verificar qual é o termo que concorda com o verbo:
Ele construiu uma bela casa para mim.
(verbo flexionado na terceira pessoa do singular)
Ela foi construída pelo pedreiro.
(locução verbal flexionada na terceira pessoa do singular)
Eles são ignorados por grande parte da população.
(verbo flexionado na terceira pessoa do plural)
Em uma oração, o sujeito pode estar:
anteposto ao verbo:
As leis existem para que haja justiça e harmonia social.
posposto ao verbo:
Para que haja justiça e harmonia social, existem as leis.
Saiba mais: Sujeito deslocado — como se dá a concordância verbal?
O predicado é outro termo essencial da oração. Portanto, sujeito e predicado podem ser complementares. Assim, o predicado é aquilo que declaramos sobre o sujeito. Observe:
Alguns animais hibernam.
Dei a chave de casa ao meu namorado.
(sujeito implícito: eu)
Além disso, a oração sem sujeito também é considerada um predicado. Veja a seguir:
Nevou em lugares inimagináveis.
Questão 1
(Unimontes)
O instinto animal
Alguns traduzem por “instinto animal” o que o economista inglês John Maynard Keynes na década de 30 descreveu como “animal spirit”, isto é, espírito animal. A tradução do termo original não importa muito, importa o que significa, e significa várias coisas: o gosto ou a capacidade pelo risco ao investir, por exemplo, quando se fala em empresários e economia. Neste artigo tomo a expressão como nossa capacidade geral de sentir, pressentir algo, e agir conforme. Isso se refere não só a indivíduos, mas a grupos, instituições, estados, governos. Sendo intuição e audácia, ele melhora se misturado com alguma prudência e sabedoria, para que o bolo não desande.
Não me parece muito apurado o espírito animal que, nas palavras de uma autoridade, declara que empregar 7% do PIB em educação (e 10% em mais alguns anos) vai “quebrar o país”. Educação não quebra nada: só constrói. Sendo bom esse instinto ou espírito, o fator educação terá de ser visto como o mais importante de todos. [...]
A verdadeira democracia só floresce no terreno da boa educação e ótima informação de seu povo. Pois não será governo de todos o comando dos poucos que estudaram bem, os informados, levando pela argola do nariz de bicho domesticado milhões e milhões de seres humanos cegos, aflitos ou alienados, que não sabem; e que, se quiserem boa educação desde as bases na infância, correm o risco de ser acusados de querer quebrar o país.
Precisamos medir nossas palavras: cuidar do que dizemos, do que escrevemos, e também do que pensamos e não dizemos. Podem acusar quanto quiserem os empresários, os louros de olhos azuis, as elites, os ricos, os intelectuais, não importa: mas não acusem de querer o mal da nação aqueles que batalham pela mera sobrevivência ou por uma vida melhor, num orçamento que tenha a educação como prioridade. Pois não é certo que da treva sempre nasce a luz: dela brotam como flores fatídicas o sofrimento, a miséria, a subserviência. Na treva da ignorância nasce o atraso, de suas raízes se alimenta a pobreza em todos os sentidos, financeira, moral, intelectual. [...]. Dirão que continuo repetitiva com esse tema: sou, e serei, porque acredito nisso. Precisamos ter cuidados pelos que nos governam: se nas relações pessoais amar é cuidar, na vida do país cuidar é nutrir não só o corpo e fortalecer condições materiais de vida, mas iluminar a mente. [...].
LUFT, Lya. O instinto animal. Revista Veja, São Paulo, p. 2, julho de 2012.
Em todos os contextos, há verbos que foram flexionados na terceira pessoa do plural para indeterminar o sujeito, EXCETO
A) “Podem acusar quanto quiserem os empresários, os louros de olhos azuis, as elites, os ricos, os intelectuais, não importa...”
B) “Alguns traduzem por ‘instinto animal’ o que o economista inglês John Maynard Keynes na década de 30 descreveu como ‘animal spirit’...”
C) “Dirão que continuo repetitiva com esse tema: sou, e serei, porque acredito nisso.”
D) “... não acusem de querer o mal da nação aqueles que batalham pela mera sobrevivência ou por uma vida melhor...”
Resolução:
Alternativa B
Os verbos “podem” (alternativa A), “dirão” (alternativa C) e “acusem” (alternativa D) pertencem a orações com sujeitos indeterminados. Afinal, não é possível identificar quem acusa ou diz nesses enunciados. Já o verbo “traduzem” (alternativa B) possui um sujeito simples, isto é, o pronome “alguns”.
Questão 2
Analise as orações abaixo e marque a alternativa que apresenta um sujeito composto.
A) Sabes bem que nunca faríamos nada sem te perguntar antes, não sabes?
B) O grupo de adolescentes protestou quando a professora foi demitida.
C) Fazia muito tempo que não chovia tanto quanto choveu anteontem.
D) Henrique, apesar de estar muito fraco, continuou a caminhar pelo deserto.
E) Estavam muito otimistas os comerciantes e o representante do governo.
Resolução:
Alternativa E
Na alternativa A, temos sujeitos implícitos: “tu sabes” e “nós nunca faríamos”. Na alternativa B, é possível apontar sujeitos simples: “o grupo de adolescentes” e “a professora”. Na alternativa C, as orações não têm sujeito, pois indicam tempo decorrido e fenômeno da natureza. Na alternativa D, o sujeito simples é “Henrique”. Por fim, na alternativa E, o sujeito composto é: “os comerciantes e o representante do governo”.
Questão 3
Na frase “Participei de todas as discussões políticas e acadêmicas”, é possível identificar o sujeito:
A) simples.
B) composto.
C) implícito.
D) indeterminado.
E) inexistente.
Resolução:
Alternativa C
Na frase, é possível apontar o sujeito implícito “eu”: “Eu participei de todas as discussões políticas e acadêmicas.”
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.