Pronomes oblíquos tônicos

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

Tais pronomes são sempre regidos por preposição

Ocorre-lhe alguma dúvida acerca do que sejam pronomes oblíquos? Pois bem, sabemos que os pronomes pessoais, cuja característica é indicar diretamente as pessoas do discurso (a pessoa que fala, a pessoa com quem se fala e a pessoa de quem se fala), subdividem-se em pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo.

Para diferenciá-los, retomemos algumas noções de análise sintática, na qual os pronomes pessoais do caso reto exercem a função de sujeito da oração, como em:

Eu cheguei apressada.

Nós estudamos bastante.

Vejamos, pois, alguns aspectos relacionados aos pronomes pessoais:

- Mais adiante veremos que os pronomes oblíquos tônicos são regidos por preposições. No entanto, em alguns exemplos, mesmo que a preposição esteja anteposta a um pronome, ela rege a oração por completo, e não somente esse pronome. Nesse caso, se o sujeito for um pronome, esse deverá ser sempre do caso reto.

Enviaram vários livros para eu ler.

Caso tenhamos alguma dúvida acerca da existência do sujeito, recomenda-se desdobrar a oração, sendo essa manifestada por:

Enviaram vários livros para que eu lesse.

Já os pronomes do caso oblíquo exercem a função sintática de complemento verbal (objeto direto e objeto indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto adnominal, adjunto adverbial ou sujeito acusativo (sujeito de oração reduzida). A título de exemplificá-los, temos:

As encomendas foram entregues a mim. (função de objeto indireto)

A decisão será favorável a mim. (função de complemento nominal, pois complementa o sentido de um adjetivo, “favorável”).

De acordo com a tonicidade, os pronomes oblíquos classificam-se em átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) e tônicos (mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas).

Tais pressupostos, uma vez elencados, conduz-nos mais adiante: compreender acerca das particularidades que norteiam os pronomes oblíquos tônicos. Assim, cabe dizer que esses são sempre regidos por preposições, no caso as essenciais. É interessante notar que a combinação da preposição “com” com alguns desses pronomes originou as formas já expressas: comigo, contigo, conosco, convosco e consigo. Assim sendo, valorizemos algumas construções, tidas como adequadas perante o padrão formal da linguagem, no entanto constituídas de outras preposições, ora manifestadas por:

Não existe mais nada entre mim e ti.

As acusações foram feitas contra mim.

Não entre sem mim.

- Em se tratando da linguagem formal, jamais falaríamos assim: “ele vai com nós”, mas sim, “ele vai conosco”; nem “ele não vai com vós”, mas sim, “convosco”. No entanto, as formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados por alguns vocábulos, tais como: outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou por algum numeral. Assim, podemos constatar sua evidência por meio dos exemplos subsequentes:

A única certeza era de que ele viajaria com nós dois.

Como precisava ir com nós todos, desistiu imediatamente.

- No que tange ao português falado no Brasil, afirma-se que o pronome “si” é exclusivamente reflexivo, fato que também ocorre como o pronome “consigo”, perfeitamente constatável em:

Quanto egoísmo! ele somente é capaz de pensar em si próprio.

Que estranho! parece estar falando consigo mesma.

No caso do português falado em Portugal, tais formas são também utilizadas como não reflexivas – demarcadas por meio dos seguintes casos:

Em breve, desejo estar consigo.

Penso em si diariamente.

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