A onomatopeia é uma figura de linguagem que tenta reproduzir, por escrito, sons e ruídos de objetos, animais e fenômenos da natureza. Assim, é considerada uma figura de som.
A onomatopeia é uma figura de linguagem que trabalha a sonoridade. Por isso, também é classificada como uma figura de som. Ela é usada para tentar simular sons e ruídos não associados à fala humana.
Há onomatopeias reproduzindo diversos tipos de sons, como ruídos de objetos, sons de fenômenos da natureza, sons emitidos por animais, barulhos e zumbidos no geral, etc.
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Onomatopeia é uma figura de linguagem que busca reproduzir, por escrito, sons e ruídos do mundo físico, como barulhos, sons de fenômenos da natureza ou emitidos por animais, entre outros.
Por ser uma figura de linguagem que trabalha a sonoridade, a onomatopeia é considerada uma figura de som (ou figura de harmonia).
As onomatopeias são frequentes na literatura e na linguagem coloquial, como um recurso de estilo. Elas dão maior expressividade ao discurso. Pelo uso de fonemas que tendem a ser simples para tentar reproduzir outros sons, as onomatopeias costumam ser de fácil memorização, o que dá certa musicalidade ao enunciado, tornando-o mais fácil de ser memorizado. Assim, também é muito utilizada em discursos publicitários. A seguir, vejamos alguns de seus usos.
Elas são muito usadas em histórias em quadrinhos para simular barulhos e sons que não se originam a partir da fala humana organizada num discurso, o que fica muito nítido com ajuda das ilustrações.
Como uma figura de linguagem bastante popular, também é usada em diversos textos em prosa. Veja um exemplo neste trecho do conto Um apólogo, de Machado de Assis:
“A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.”
Por seu caráter de expressividade e musicalidade, as onomatopeias são bastante exploradas em textos poéticos, como é o caso deste trecho do poema 1914, de Carlos Drummond de Andrade, em que a onomatopeia tenta reproduzir o som de galopes de um cavalo:
“[...]
Pacapá-pacapá
o cavaleiro célere
regressa a Pau de Angu
levando na garupa
duas sacas de sal
quatro maços de fósforos.
[...]”
Do mesmo modo, a expressividade e musicalidade das onomatopeias são muito exploradas em composições musicais. Veja:
“Zap zum, zum, zum
No cometa eu vou
Nem que seja de carona
Pra te dar amor”
(Zap Zum, interpretado por Pabllo Vittar)
“Oi, tum, tum
Bate coração
Oi, tum
Coração, pode bater”
(Bate coração, interpretado por Elba Ramalho)
“Splish, splash
Fez o beijo que eu dei
Nela dentro do cinema
[...]
Splish, splash
Fez o tapa que eu levei
Dela dentro do cinema”
(Splish splash, interpretado por Roberto Carlos)
Veja, a seguir, algumas onomatopeias muito populares:
Sons humanos |
|
choro |
buááá |
risada |
hahaha, kkkk |
falatório |
blá-blá-blá |
beijo |
chuac, smack |
assobio |
fiu-fiu |
Sons de animais |
|
cachorro |
au-au |
gato |
miau |
galo |
cocoricó |
galinha |
có-cocó |
pintinho |
piu-piu |
pombo |
pru-pru-pru |
leão, tigre, onça, urso |
rawr, roar |
sapo |
croac-croac |
grilo |
cri-cri-cri |
vaca, boi, touro |
muuu |
porco |
óinc-óinc |
Sons de objetos |
|
relógio |
tic-tac, tique-taque |
sino |
blém, blom |
motor de automóvel |
vrum |
buzina |
bi-bi, fom-fom |
Sons da natureza |
|
trovão |
cabrum |
água corrente, cachoeira |
chuá-chuá |
vento |
uuuhh |
Sons representando ações |
|
batida na porta, madeira |
toc-toc |
acender ou ligar objeto |
clic |
escorregão, velocidade |
vupt, zum, zap |
soco, briga, impacto |
tum, pof, paf, blam, pow |
tiro |
bang-bang |
galope |
pocotó, pocotó |
explosão |
bum |
mergulho |
splash, tchibum |
Na linguagem coloquial, é comum o uso de onomatopeias, até mesmo em discursos orais. Veja:
“Eu não aguento mais esse seu blá-blá-blá!”
“Ela estava estudando até que ouviu um miau bem agudo e foi correndo procurar o seu gato.”
“Quando todos pularam na piscina: tchibum! Foi água pra todo lado!”
“Aquele toc-toc martelando na minha cabeça estava me tirando do sério.”
“Um cabrum estrondoso nos fez concluir que a chuva estava próxima.”
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Além da onomatopeia, há muitas outras figuras de som, que exploram os fonemas das palavras.
Paronomásia: uso de parônimos para criar efeitos de sentido no enunciado.
Questão 1
(Funcab)
O fragmento transcrito que possui um exemplo de onomatopeia é:
A) “– É mesmo? – respondeu ele. – PentiumII?”
B) “Mas tudo durou pouco, porque um certo escritor amigo meu me telefonou.”
C) “– Clic – fiz eu do outro lado.”
D) “– E como você fica aí, dando risada?”
E) “Bobagem, como logo se veria.”
Resposta
Alternativa C. A palavra “clic” é uma onomatopeia, indicando que um objeto foi aceso ou ligado.
Questão 2
(IBFC – Adaptado)
Leia a charge de Malfada, personagem criada pelo chargista argentino Quino, e responda a questão a seguir.
A partir da leitura atenta da charge acima, analise a afirmativa abaixo e assinale a alternativa correta.
A expressão “SHHH!” é uma onomatopeia.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.
Resposta
Verdadeiro. A expressão “SHHH!” reproduz o som feito pela personagem para pedir silêncio.
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.