A morfologia é a área gramatical responsável pelo estudo da palavra. Os vocábulos possuem uma estrutura, um processo de formação e estão divididos em 10 classes gramaticais.
Morfologia é como chamamos a parte da gramática que se dedica ao estudo da palavra. Assim, aponta a estrutura, a formação, as flexões e as classificações dos vocábulos de uma língua, que são separados em classes: substantivo, adjetivo, pronome, artigo, conjunção, interjeição, numeral, preposição, verbo e advérbio.
Leia também: O que são prefixos?
A morfologia é a parte da gramática que estuda a estrutura e a formação das palavras.
Existem as seguintes classes de palavras:
substantivo;
adjetivo;
pronome;
artigo;
conjunção;
interjeição;
numeral;
preposição;
verbo;
advérbio.
A morfologia é a parte da gramática que estuda a palavra, analisando:
estrutura;
flexões;
Veja também: Análise sintática e análise morfológica — qual a diferença?
Um vocábulo é formado pelas seguintes partes ou elementos mórficos:
Estrutura das palavras — elementos mórficos |
|
radical |
núcleo da palavra, no qual reside seu significado |
vogal temática |
é acrescida ao radical para formar o tema |
tema |
a palavra pronta para receber os afixos e as desinências |
afixos |
prefixo (colocado antes do radical) e sufixo (colocado depois do radical) |
vogal de ligação e consoante de ligação |
elementos de ligação sem significado, mas que facilitam a pronúncia |
desinência |
A seguir, vamos exemplificar cada um desses elementos mórficos.
Exemplos:
Comecemos com a palavra:
CARA
O radical dessa palavra é “car-”. Ao acrescentarmos a vogal temática “-a”, surge o tema, ou seja, a palavra “cara”. Esse termo, com outros acréscimos, gera a palavra:
DESCARADO
Os afixos dessa palavra são o prefixo “des-” e o sufixo “-ado”, que se juntam ao tema “-cara-”.
Agora, mudemos o radical para exemplificar a vogal e a consoante de ligação:
PEZINHO
O radical “pe-” é acrescido do sufixo “-inho”, mas, para facilitar a pronúncia, a consoante de ligação “-z-” é utilizada.
INSETICIDA
O radical “inset-” recebe o sufixo “-cida”, enquanto o “-i-” é uma vogal de ligação.
Por fim, para exemplificar a desinência de um nome, tomemos as palavras:
BONITO, BONITA, BONITOS, BONITAS
Nesse caso, o radical é “bonit-”. Já as desinências “-o” (masculino) e “-a” (feminino) indicam gêneros; e o “-s”, o número, ou seja, o plural.
Já a pessoa, o modo e o tempo são indicados pela desinência verbal:
PENSÁSSEMOS
Aqui temos o radical “pens-”, a vogal temática “-a-”, a desinência de modo subjuntivo e o tempo passado “-sse-”, além da desinência de pessoa e número “-mos”.
Depois de apontar esses aspectos estruturais, podemos falar dos dois principais processos de formação de palavras:
derivação;
composição.
No processo de derivação, palavras já existentes recebem afixos, sofrem redução ou mesmo assumem características de outra classe gramatical:
Derivação prefixal (palavra primitiva recebe prefixo):
Exemplos: descrença, injusto, reconhecer etc.
Derivação sufixal (palavra primitiva recebe sufixo):
Exemplos: vigoroso, calmamente, vidrinho (vidro + inho) etc.
Derivação parassintética (prefixal e sufixal ao mesmo tempo):
Exemplos: esfriar (es + frio + ar), amanhecer (a + manhã + ecer) etc.
Derivação regressiva (redução da palavra primitiva):
Exemplos: choro (vem de “chorar”), combate (vem de “combater”) etc.
Derivação imprópria (mudança de classe gramatical):
Exemplos: um porém (substantivo derivado da conjunção “porém”), o saber (substantivo derivado do verbo “saber”) etc.
Vamos ver agora os processos de composição, em que ocorre a união de dois ou mais radicais:
Justaposição (os termos não sofrem alteração):
Exemplos: terça-feira, cor-de-rosa, mandachuva etc.
Aglutinação (algum dos vocábulos sofre alteração):
Exemplos: planalto (plano + alto), pernilongo (perna + longo) etc.
Além do processo de derivação e composição, as palavras também podem se formar por meio de:
Abreviação vocabular (redução de palavra para agilizar a comunicação):
Exemplos: moto (de “motocicleta”), pneu (de “pneumático”), foto (de “fotografia”) etc.
Onomatopeia (figura de linguagem caracterizada pela imitação de um som):
Exemplos: tique-taque, miar, cocoricó etc.
CLASSES DE PALAVRAS |
|
1. Substantivo |
6. Advérbio |
2. Artigo |
7. Conjunção |
3. Adjetivo |
8. Interjeição |
4. Pronome |
9. Numeral |
5. Verbo |
10. Preposição |
Nomeia os seres e pode ser:
comum: prédio, igualdade, duende etc.;
próprio: Isaura, Inglaterra etc.;
concreto: cadeira, lápis, fantasma etc.;
abstrato: ambição, moral etc.;
simples: porta, automóvel etc.;
composto: beija-flor, ex-diretor etc.;
primitivo: livro, peixe etc.;
derivado: livraria, peixeiro etc.
Acompanha o substantivo, de forma a indicar seu gênero e número, e pode ser:
definido: o, os, a, as;
indefinido: um, uns, uma, umas.
Qualifica ou caracteriza o substantivo e pode ser:
simples: lindo, maléfico, sueca etc.;
composto: estado-unidense, cor-de-rosa etc.;
primitivo: belo, livre etc.;
derivado: francês, iniciante etc.
Substitui ou acompanha o substantivo e pode ser:
pessoal do caso reto: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas;
pessoal do caso oblíquo: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes, mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco;
possessivo: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas;
demonstrativo: este, esta, estes, estas, esse, essa, esses, essas, aquele, aqueles, aquela, aquelas, isto, isso, aquilo;
relativo: quem, que, onde, o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos, quanta, quantas;
indefinido: algum, nenhum, todo, outro, certo, qualquer, alguém, ninguém, tudo, nada, cada, algo etc.;
interrogativo: que, quem, qual, quanto etc.;
de tratamento: senhor, você, vossa alteza, vossa excelência etc.
Aponta uma ação, um estado ou um fenômeno natural: correr, amar, supor, constituir, ser, estar, permanecer, nevar, chover etc. Para saber mais sobre essa classe de palavras, clique aqui.
Indica uma circunstância e pode ser:
de lugar: aqui, lá, longe etc.;
de tempo: anteontem, cedo etc.;
de modo: alegremente, sabiamente etc.;
de negação: não, nem etc.;
de dúvida: talvez, possivelmente etc.;
de intensidade: pouco, bastante etc.;
de afirmação: sim, certamente etc.
Tem a função de ligar termos ou orações e pode ser:
conclusiva: portanto, logo, pois etc.;
aditiva: e, nem etc.;
adversativa: mas, contudo etc.;
alternativa: ou, ora... ora, já... já etc.;
explicativa: porque, porquanto etc.;
causal: porque, que etc.;
comparativa: como, qual etc.;
concessiva: embora, conquanto etc.;
condicional: se, caso etc.;
conformativa: conforme, segundo etc.;
consecutiva: de sorte que, de modo que etc.;
final: para que, a fim de que etc.;
proporcional: à medida que, ao passo que etc.;
temporal: enquanto, assim que etc.;
integrante: que, se.
De caráter invariável, expressa emoções e sentimentos:
Oh!
Ah!
Atenção!
Fora!
Oba!
Vamos!
Bravo!
Oi!
Tomara!
Ai!
Psiu!
Expressa um número e pode ser:
cardinal: um, dois, três...
ordinal: primeiro, segundo, terceiro...
fracionário: meio, terço...
multiplicativo: dobro, triplo...
Estabelece uma relação entre as palavras de uma oração e pode ser:
essencial: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás;
acidental: conforme, consoante, segundo, durante, exceto, senão, como etc.
Fontes
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 45. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.
NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea da língua portuguesa. 9. ed. São Paulo: Editora Scipione, 1992.
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.