Encontro vocálico
Os encontros vocálicos são a sequência de duas ou mais vogais nas palavras. Podem ser classificados como ditongos, tritongos ou hiatos, dependendo da composição.
Por Guilherme Viana

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Os encontros vocálicos são a sequência de duas ou mais vogais nas palavras. Eles podem ser um ditongo (crescente, decrescente, oral ou nasal), um tritongo (oral ou nasal) ou um hiato.
Leia também: Dígrafo — a junção de duas letras para formar um único fonema
Resumo sobre encontro vocálico
- Os encontros vocálicos são a sequência de duas ou mais vogais nas palavras.
- Esses encontros podem ser um ditongo, um tritongo ou um hiato.
- O ditongo é formado por uma vogal e por uma semivogal, que aparecem juntas na mesma sílaba.
- O tritongo é formado por uma vogal e duas semivogais, todas aparecendo juntas na mesma sílaba.
- O hiato é formado por duas vogais em sequência, que aparecem em sílabas diferentes.
Videoaula sobre encontro vocálicos
O que é encontro vocálico?
Encontro vocálico é a sequência de duas ou mais vogais na palavra. Esses encontros podem ocorrer na mesma sílaba ou em sílabas separadas. Na língua portuguesa, há três tipos de encontros vocálicos: o ditongo, o tritongo e o hiato.
Ditongo
Ditongo é o encontro entre uma vogal e um semivogal (ou vice-versa) na mesma sílaba, ou seja, as vogais não se separam na divisão silábica.
Importante: A diferença entre vogal e semivogal é que, no encontro vocálico, a vogal tem o som mais forte, enquanto a semivogal tem o som mais fraco. As vogais podem ser A, E, I, O e U. Já as semivogais podem ser apenas I e U.
Os ditongos podem ser classificados de duas formas: como crescentes ou decrescentes, e como orais ou nasais.
→ Ditongo crescente e ditongo decrescente
◦ Ditongo crescente
O ditongo crescente é o ditongo em que a semivogal vem primeiro, e a vogal, depois. Chama-se crescente porque a sílaba começa pelo som mais fraco e cresce para o som mais forte. Exemplos:
história
água
lírio
Observe que as semivogais (I e U, com os sons mais fracos) aparecem antes das vogais, na mesma sílaba.
◦ Ditongo decrescente
O ditongo decrescente é o ditongo em que a vogal aparece primeiro, e a semivogal, depois. Em outras palavras, é decrescente porque primeiro vem o som mais forte, depois o som mais fraco. Exemplos:
pai
rouco
ruivo
Agora, as vogais (nos exemplos, A, E e U, com o som mais forte) aparecem antes das semivogais (I e U), na mesma sílaba.
→ Ditongo oral e ditongo nasal
◦ Ditongo oral
O ditongo oral é o ditongo em que o som vocálico sai apenas pela boca. Exemplos
leite
céu
rouxinol
◦ Ditongo nasal
O ditongo nasal é o ditongo em que o som passa pelo nariz, pois uma das vogais é nasalizada. Exemplos:
mãe
pão
muito
Importante: Alguns ditongos nasais podem terminar em -M apenas quando essa letra tiver som de vogal. Exemplo:
falam
Nesse caso, não houve o som de uma consoante, e sim o som da semivogal U estando nasalizada.
Tritongo
O tritongo é o encontro de três vogais na mesma sílaba. Esse encontro é formado por semivogal, vogal e semivogal, nessa ordem. Há dois tipos de tritongos: o oral e o nasal.
→ Tritongo oral
Tritongo oral é o tritongo em que os sons vocálicos saem apenas pela boca. Exemplos:
Uruguai
paraguaio
Araguaia
Perceba que, nos dois últimos exemplos, há quatro vogais, porém três delas estão na mesma sílaba, formando um tritongo. As vogais que aparecem isoladas na última sílaba formam um hiato.
→ Tritongo nasal
Tritongo nasal é o tritongo em que os sons vocálicos passam pelo nariz. Exemplos:
saguão
quão
Importante: Alguns tritongos nasais podem terminar em -M apenas quando essa letra tiver som de vogal. Exemplos:
apaziguam (do verbo “apaziguar”)
águem (do verbo “aguar”)
Nesses exemplos, a letra M não representa o som de uma consoante, e sim o som de semivogais nasalizadas (U, no primeiro caso, e I, no segundo caso).
Hiato
Hiato é o encontro entre duas vogais seguidas, mas em sílabas separadas. Isso acontece porque ambas têm uma pronúncia forte e não formam um som único. Portanto, é o encontro entre duas vogais (sem que nenhuma seja semivogal). Exemplos:
hiato
saída
baú
poeta
aéreo
Para saber mais sobre hiato, clique aqui.
Tabela de encontros vocálicos
Veja um resumo dos encontros vocálicos:
Tipo de encontro vocálico |
Definição |
Exemplo |
Divisão silábica |
Ditongo |
Vogal + Semivogal (ou vice-versa) |
pai noite ruivo |
pai |
Tritongo |
Semivogal + Vogal + Semivogal |
Uruguai saguão apaziguam |
U-ru-guai |
Hiato |
Vogal + Vogal |
hiato saída baú |
hi-a-to |
Diferenças entre encontro vocálico e encontro consonantal
- Encontro vocálico: é a sequência de vogais ou de sons vocálicos na palavra. Exemplos: deixar, Paraguai, saúde.
- Encontro consonantal: é a sequência de duas ou mais consoantes na palavra. Exemplos: trator, vislumbrar, pastel.
Para saber mais sobre encontro consonantal, clique aqui.
Exercícios resolvidos sobre encontro vocálico
Questão 1
(Unesc) O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Por que pessoas param de tomar remédios de um dia para o outro
O principal motivo que leva alguém a parar com um medicamento é o quadro que estava sendo tratado aparentemente se estabilizar. “Quando se experimenta a melhora da depressão e da ansiedade, é natural sentir que os medicamentos não são mais necessários, já que os sintomas parecem ter diminuído”, explica Asevedo. “Porém, a armadilha aqui é que essa melhoria nos sintomas, muitas vezes, ocorre antes da melhoria física no cérebro.”
O médico compara o cérebro a um computador, e a doença, a um programa instalado na máquina. O tratamento remove o programa, explica ele, mas, para que o cérebro se proteja contra futuras recaídas, é necessário um período considerável de uso da medicação para que o cérebro crie novos caminhos para funcionar sem a influência da depressão. “É recomendável que antidepressivos sejam usados por, pelo menos, doze meses após a alta médica e pode chegar a até dois anos ou mesmo ser por tempo indeterminado, caso o paciente tenha tido dois ou mais episódios de depressão ao longo da vida”, afirma Antônio Geraldo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Vanessa Favaro, do IPq-USP, diz que muitos pacientes não veem o tratamento como parte de uma busca contínua por saúde mental. “Compreender a abordagem de longo prazo pode ser desafiador para alguns pacientes, especialmente quando estão angustiados. A busca por alívio imediato é natural, mas nem todo sofrimento exige apenas alívio momentâneo”, diz a médica. “O entendimento do transtorno, suas bases biológicas e a manutenção da saúde mental ao longo do tempo são essenciais. É importante considerar não apenas a medicação, mas também outras ações, como a psicoterapia e técnicas de respiração.”
Outra razão bastante frequente para o abandono dos medicamentos são os efeitos indesejados sobre o corpo. “É relativamente fácil tolerar os efeitos colaterais de um antibiótico que só precisaremos tomar por sete dias”, diz Asevedo. “Mas, quando se trata de um quadro depressivo que exige um tratamento contínuo de um ano, é muito mais difícil lidar.”
Entre os efeitos colaterais mais comuns dos medicamentos psiquiátricos, o médico cita redução da libido, sonolência, ganho de peso, efeitos gastrointestinais, enjoo, náuseas, tremores.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cqv7ly8nx2qo. Adaptado.
“Outra razão bastante frequente para o abandono dos medicamentos são os efeitos indesejados sobre o corpo.”
Em relação a questões ortográficas, é correto afirmar que, no vocábulo:
A) “bastante”, há um encontro vocálico e dois encontros consonantais.
B) “outra”, há encontro vocálico seguido de encontro consonantal.
C) “medicamentos”, tem-se dois encontros consonantais.
D) “indesejados”, não há encontro vocálico nem encontro consonantal.
E) “frequente”, percebe-se a presença de dígrafo.
Resolução:
Alternativa B.
Há encontro vocálico (“ou”) seguido de encontro consonantal (“tr”).
Questão 2
(IMA – Adaptada)
Marque a alternativa em que ocorre um ditongo e um hiato, respectivamente:
A) “cria” (L.16) - “responsáveis” (L.14).
B) “obrigam” (L.14) - “comercial” (L.9).
C) “dispõe” (L.5) - “transitória” (L.2).
D) “cria” (L.16) - “transitória” (L.2).
Resolução:
Alternativa B.
A palavra “obrigam” tem dígrafo no final da palavra (-AM); “comercial” tem hiato nas vogais das sílabas finais (co-mer-ci-al).
Fontes
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.