A crase antes de pronomes poderá ser proibida ou, em algumas situações, seu uso será facultativo.
Crase. Aposto que só de ouvir ou ler essa palavra você já faz cara feia, não é mesmo? A crase está entre os fenômenos da língua portuguesa que mais geram dúvidas entre os falantes, dúvidas que, acredite, podem ser facilmente resolvidas. Melhor do que decorar quando o uso da crase será obrigatório, proibido ou facultativo, é entender as situações de uso nas quais o fenômeno está envolvido, e é por isso que o sítio de Português trouxe mais uma superdica da língua portuguesa que vai ajudá-lo(a) a eliminar quaisquer dúvidas sobre o uso do acento grave. Vamos lá? Boa leitura e bons estudos!
A palavra crase tem origem na Grécia e significa mistura ou fusão. Na língua portuguesa, a crase indica a contração de duas vogais idênticas, mais precisamente, a fusão da preposição a com o artigo feminino a ou com o a do início dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo. Sempre que houver a fusão desses elementos, o fenômeno será indicado pela presença do acento grave, também chamado de acento indicador de crase. Portanto, não é o acento (`) que se chama crase, mas o fenômeno que suprime o som de dois “as”.
Essa é uma dúvida simples. No caso dos pronomes de tratamento, vê-se com facilidade que eles não são precedidos de artigo feminino, afinal de contas, ninguém diz A Sua Excelência, a presidenta, viajará em comitiva para a China, mas, sim, Sua Excelência, a presidenta, viajará em comitiva para a China, sem o artigo. Portanto, os pronomes de tratamento não admitem crase antes de si.
OBS.: Os únicos pronomes de tratamento que admitem crase antes de si são senhora e senhorita . Observe:
Dirijo-me à senhora com todo respeito.
Eu disse à senhorita que não me ligasse mais.
Atenção: Antes dos pronomes pessoais, como eu, tu, ele, ela, nós, vós, mim (pronome pessoal oblíquo) etc., não ocorre crase, já que não são antecedidos de artigos. Nessas situações haverá apenas a preposição “a”. Observe:
Certo: Eu pedi a ela que me esperasse para irmos embora juntos.
Errado: Eu pedi à ela que me esperasse para irmos embora juntos.
Certo: Deu livros a mim.
Errado: Deu livros à mim.
Para responder a essa dúvida, é preciso ficar atento às regras quanto ao uso do artigo diante de pronomes possessivos. Observe:
► Pronome possessivo adjetivo (aquele que acompanha um substantivo): Nessa situação, o uso do artigo é facultativo, ou seja, você poderá optar por usá-lo ou não usá-lo. Veja os exemplos:
Gosto de sua amiga. (preposição de sem o artigo a)
Gosto da sua amiga. (preposição de com o artigo a)
Gosto de suas amigas (preposição de sem o artigo as)
Gosto das suas amigas. (preposição de com o artigo as)
Nos exemplos acima, a preposição de foi empregada. Caso você use a preposição a, haverá a formação das seguintes construções:
Não obedeço a sua coordenadora. (com preposição a, mas sem o artigo a)
Não obedeço à sua coordenadora. (com a preposição a e com o artigo a)
Não obedeço a suas coordenadoras. (com preposição a, mas sem o artigo as)
Não obedeço às suas coordenadoras. (com a preposição a e com o artigo as)
Sendo assim, se houver a preposição a diante de um pronome possessivo adjetivo singular, o emprego do acento grave indicador de crase será facultativo. Se houver a preposição a diante de um pronome possessivo adjetivo plural, o emprego do acento grave indicador de crase só ocorrerá se houver as; caso o a aparecer no singular, haverá somente a preposição: a ou às.
► Pronome possessivo substantivo (aquele que não acompanha um substantivo): O uso do artigo diante de um pronome possessivo substantivo é obrigatório. Observe os exemplos:
Não gosto de sua professora, mas da minha. (minha: pronome possessivo substantivo, portanto, o uso do artigo será obrigatório)
Não obedeço à sua coordenadora, mas à minha. (minha: pronome possessivo substantivo, o uso do artigo será obrigatório. Como há a preposição a, o acento indicador de crase também será obrigatório)
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Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
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Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.