O signo linguístico constitui-se basicamente do significante e do significado
Utilizamos dois elementos principais para que a comunicação se materialize de forma plena: a linguagem, que representa todo o sistema de sinais convencionais, sejam estes de natureza verbal ou não verbal, e a língua, a qual representa um sistema de signos convencionais (de natureza gramatical) usados pelos membros de uma determinada comunidade, no nosso caso, a Língua Portuguesa.
Partindo desse pressuposto, temos que o signo linguístico é concebido como um elemento representativo, constituindo-se de dois aspectos básicos: o significante e o significado, os quais formam um todo indissolúvel. De modo a compreendê-los melhor, basear-nos-emos na palavra “casa”. Quando a ouvimos, logo temos uma imagem psíquica associada à materialização dessa imagem, ou seja, algo que a represente de forma gráfica, por meio dos fonemas que formam as sílabas.
Assim, temos:
= moradia, a qual equivale a um espaço construído pelo ser humano, cuja função é abrigá-lo e protegê-lo em todos os sentidos. Tal pressuposto nos conduz à noção de significado, remetendo-nos, como já dito, a uma imagem mental.
E se fôssemos materializar os sons que tal palavra representa, foneticamente obteríamos:
K/A/Z/A = imagem sensorial, ora representada por meio de letras. Assim sendo, temos o objeto “casa”, representado propriamente dito. E, por assim dizer, resta-nos considerar que estamos falando exatamente do significante.
Mediante tal representação, há que se ressaltar que nem sempre as letras do alfabeto demonstram ser fiéis à pronúncia dos fonemas. Em razão disso, criou-se o alfabeto fonético, cujos pormenores não nos interessam no momento. Sendo assim, a presente afirmativa foi somente para evidenciar o porquê de os fonemas /c/ e /s/ estarem assim representados: /k/ e /z/.
Mediante tais elucidações, vale mencionar que podemos perfeitamente antepor ao signo em referência (casa) outro signo, ou seja, “uma” – formando uma sequência: uma casa. Mas “um casa” seria totalmente impossível. Diante disso, faz-se necessário ressaltar que o conhecimento de uma determinada língua não se restringe somente à identificação de seus signos, mas também ao uso adequado das leis combinatórias que a regem, isto é, o conhecimento dos fatos linguísticos como um todo.
Munidos de tal conceito e, consequentemente, tendo em vista que a língua cumpre um papel estritamente social, tornamo-nos aptos a exercer nosso papel enquanto seres sociais, quer no âmbito da oralidade, quer no âmbito da escrita.