A construção textual envolve a noção de uma série de elementos linguísticos e extralinguísticos. Sua compreensão resulta em um bom texto.
A construção textual é um processo que compreende uma estrutura linguística (coesão e coerência e tipologia textual) e uma estrutura extralinguística (contextualidade). Assim, um bom texto resulta do entendimento desses elementos, somado a leitura e escrita qualificadas, noção da finalidade do texto e do gênero escolhido e uso adequado de elementos coesivos.
Veja também: Textualidade — os critérios necessários à denominação de um escrito como texto
Resumo sobre construção social
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O texto é entendido, segundo Marcuschi, como “um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas”. Assim, deve-se compreender um texto nos planos:
- linguístico (gramatical);
- extralinguístico (social).
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A estrutura linguística é formada pela:
- coesão;
- coerência;
- tipologia textual.
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Já a estrutura extralinguística envolve:
- objetivos do autor ao escrever;
- aceitação das pretensões estilísticas do autor pelo leitor;
- situação de produção (contexto);
- relação entre textos (intertextualidade);
- capacidade de informar e acrescentar algo ao leitor.
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Para elaborar um bom texto, é preciso:
- saber qual sua finalidade;
- entender sua estrutura;
- pesquisar sobre o que será escrito;
- ter o hábito de ler e escrever;
- estudar aspectos gramaticais.
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Dentre os aspectos que não contribuem para um bom texto, destacam-se:
- ausência de finalidade;
- problemas estruturais;
- desconhecer o público-alvo;
- falta de coesão e coerência.
Como realizar uma boa construção textual?
O texto é, segundo o linguista Marcuschi, “um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas”. Em outras palavras, o texto é dividido em dois planos: o linguístico e o extralinguístico.
Portanto, para construir um bom texto, é necessário conhecer os elementos que o compõem, elencados abaixo.
→ Estrutura linguística
A estrutura linguística se refere ao aspecto linguístico, isto é, a tudo que diz respeito à organização interna do texto. Inclui-se aqui o uso de elementos que garantem a ligação entre frases e palavras (coesão e coerência), garantindo uma sequência linguística, e aspectos morfossintáticos.
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Coesão
A coesão é entendida, dentro da estrutura linguística, como o processo de amarração entre os elementos do texto, alcançada por meio de conectivos.
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Coerência
A coerência está relacionada aos significados e à interpretabilidade do texto. Os sentidos são atribuídos na relação interna, ou seja, entre as frases e palavras que, postas em conjunto, criam significados de forma coerente.
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Tipologia textual
A tipologia textual designa uma especificidade subjacente aos textos a partir de sua natureza linguística. Os tipos textuais conhecidos são os seguintes: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.
Para construir um bom texto, é preciso entender seus aspectos estruturais internos. Em outros termos, é necessário, de início, conhecer as classes de palavras:
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substantivo (nomeia);
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adjetivo (caracteriza);
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artigo (acompanha substantivos);
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numeral (quantifica ou posiciona);
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pronome (substitui ou acompanha termos);
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verbo (materializa ações, estados, fenômenos);
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advérbio (circunstancia);
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interjeição (expressa sensações);
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conjunção (une palavras e orações);
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preposição (conecta termos).
Assim, é preciso saber como elas funcionam nas frases (orações coordenadas ou subordinadas) de maneira fluída (com coesão) e produzindo sentidos (com coerência) no todo do texto. Por fim, as noções de tipologia ajudam a fundamentar as posições do autor, como optar por descrever, narrar, expor, argumentar, auxiliar ou recomendar.
Saiba também: Coesão referencial e coesão sequencial — qual é a diferença?
→ Estrutura extralinguística
A estrutura extralinguística corresponde ao contexto envolvido no processo de escrita. Trata-se do conhecimento de mundo na interação que o texto proporciona entre autor e leitor. As concepções de ambos auxiliam tanto na produção quanto na significação do texto.
Assim, dentro da estrutura linguística, devemos levar em consideração:
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a finalidade do autor em produzir algo (o porquê);
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o formato em que o texto será apresentado (o como);
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o contexto sócio-histórico de produção (o quando);
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o diálogo que o texto estabelece com outros, atuais ou antigos (a intertextualidade);
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os componentes que acrescentam informações ao leitor (o conteúdo).
Conhecendo a organização textual através dos dois planos, é possível construir um bom texto. O quadro abaixo pode ajudar a compreender melhor essas estruturas.
Estrutura linguística |
Estrutura extralinguística |
Coesão |
Objetivos do autor |
Coerência |
Aceitação das pretensões estilísticas do autor pelo leitor |
Tipologia textual |
Contexto |
Aspectos morfossintáticos |
Relações entre textos |
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Capacidade de informar |
Quais elementos ajudam em uma boa construção textual?
Além do domínio da composição organizacional do texto, há outros elementos que podem auxiliar na escrita de um bom texto. Abaixo, listamos alguns deles.
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Saber qual a finalidade do texto: É preciso se perguntar, ao iniciar um texto, qual função ele terá. Você quer divertir e fazer rir aqueles que lerão o que você escreveu? Há algumas opções, como a piada e a crônica de humor. A intenção é convencer o leitor acerca de um tema de relevância social? É possível escolher entre um artigo de opinião ou um texto dissertativo-argumentativo. Portanto, a pergunta a ser respondida é:
Qual é a finalidade do seu texto? |
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Entender qual é a estrutura do texto escolhido: Suponhamos que você tenha optado por um artigo de opinião. A próxima etapa é saber qual é a sua estrutura. Quais elementos qualificam um texto como artigo de opinião? Apesar de ser um texto predominantemente argumentativo, ele se difere de outros com a mesma finalidade, como a crônica argumentativa. Quanto mais você souber sobre o gênero escolhido, melhor será a construção textual.
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Pesquisar sobre o que será escrito: Um bom texto envolve uma pesquisa séria e ampla. Caso opte por um texto de base argumentativa, é preciso que você entenda os pontos de vista e argumentos necessários para criá-lo. Caso a escolha seja por um texto de base narrativa, também é preciso pesquisar, tanto sobre o gênero escolhido quanto sobre o enredo, as personagens, os lugares e o tempo da narração. Assim, todo texto precisa ser bem fundamentado e, para isso, é necessário estudar o assunto.
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Leitura e escrita cotidianas: O hábito de ler e escrever prepara o autor para a produção textual. Quanto melhor se lê e se escreve, melhor se produz.
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Estudar aspectos gramaticais: Dominar noções de morfossintaxe, coesão e coerência ajuda na elaboração de um bom texto. Assim, alguns elementos são essenciais, tais como:
- estudar os operadores argumentativos;
- saber as regras gramaticais atuais;
- conseguir relacionar frases logicamente;
- compreender as regências e demais elementos gramaticais.
Leia também: Dicas para uma boa organização textual
Problemas que afetam uma boa construção textual
Os problemas de um texto podem ter diversas causas. A seguir, listamos alguns dos mais comuns.
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Texto sem finalidade determinada: Se no tópico anterior dissemos que a construção de um bom texto passa por escolhas acerca da sua produção, podemos dizer que um texto que não tem finalidade bem definida constitui um problema. Em um texto dissertativo-argumentativo, por exemplo, a finalidade é argumentar em defesa de uma tese. Uma produção dissertativa sem tese não alcança seu objetivo.
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Problemas estruturais: O enredo incoerente de uma narração é um exemplo de problema estrutural. Uma notícia sem título ou lead, também. Todos os gêneros possuem uma estrutura, e a ausência de seus constituintes conduz a uma construção textual falha.
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Desconhecer o público-alvo: Um texto é direcionado a um determinado público. Sendo assim, sua linguagem deve se adequar ao receptor. Em alguns casos, o processo comunicativo se torna ineficaz, pois a linguagem adotada e as informações fornecidas são inadequadas ao perfil do leitor.
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Falta de coesão e coerência: Trata-se de um problema causado pela falta de compreensão do uso de conectivos e pobreza na construção sequencial e lógica das ideias escritas. A falha nesses elementos resulta em um texto com pouca fluidez e de difícil entendimento e interpretação.
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