O surrealismo é um movimento artístico surgido na Europa em 1919. As obras desse movimento têm caráter onírico. O artista surrealista mais famoso é Salvador Dalí.
Surrealismo é um conhecido movimento artístico surgido na Europa após a Primeira Guerra Mundial. As obras surrealistas apresentam imagens oníricas e, assim, valorizam o inconsciente humano. Artistas como Salvador Dalí (pintor) e Luis Buñuel (cineasta) são autores de obras surrealistas.
No Brasil, telas de pintores modernistas como Ismael Nery e Tarsila do Amaral possuem traços surrealistas. O escritor modernista Murilo Mendes também produziu poesias de caráter surrealista. Afinal, o modernismo brasileiro sofreu grande influência das vanguardas europeias.
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Resumo sobre surrealismo
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O surrealismo é um movimento de vanguarda surgido entre 1919 e 1924.
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Esse movimento artístico valoriza o inconsciente e o universo onírico.
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O espanhol Salvador Dalí é o principal nome da pintura surrealista.
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No Brasil, o pintor modernista Ismael Nery é seu principal representante.
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A poesia do autor brasileiro Murilo Mendes possui traços surrealistas.
Videoaula sobre o surrealismo
Quais são as características do surrealismo?
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Valorização do inconsciente
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Imagens oníricas e fantásticas
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Caráter ilógico e irracional
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Colagem de objetos desconexos
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Antiacademicismo
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Aspecto subversivo
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Enaltecimento de impulsos primitivos
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Fascínio pela loucura
Principais artistas do surrealismo
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Man Ray (1890-1976) — Estados Unidos
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Max Ernst (1891-1976) — Alemanha
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Joan Miró (1893-1983) — Espanha
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Antonin Artaud (1896-1948) — França
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André Breton (1896-1966) — França
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Louis Aragon (1897-1982) — França
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Philippe Soupault (1897-1990) — França
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René Magritte (1898-1967) — Bélgica
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Yves Tanguy (1900-1955) — França
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Luis Buñuel (1900-1983) — Espanha
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Alberto Giacometti (1901-1966) — Suíça
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Michel Leiris (1901-1990) — França
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Salvador Dalí (1904-1989) — Espanha
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Dora Maar (1907-1997) — França
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Dorothea Tanning (1910-2012) — Estados Unidos
Principais obras do surrealismo
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Os campos magnéticos (1920) — texto de Philippe Soupault e André Breton
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Édipo rex (1922) — pintura de Max Ernest
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Manifesto surrealista (1924) — texto de André Breton
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Carnaval do Arlequim (1925) — pintura de Joan Miró
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O jato de sangue (1925) — peça teatral de Antonin Artaud
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A tempestade (1926) — pintura de Yves Tanguy
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O camponês de Paris (1926) — romance de Louis Aragon
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Mulher-colher (1927) — escultura de Alberto Giacometti
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A estrela-do-mar (1928), filme de Man Ray
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Um cão andaluz (1928), filme de Luis Buñuel
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A traição das imagens (1929), pintura de René Magritte
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Retrato duplo (1930), montagem fotográfica de Dora Maar
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A persistência da memória (1931), pintura de Salvador Dalí
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Aniversário (1942), pintura de Dorothea Tanning
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Aurora (1946), romance de Michel Leiris
Contexto histórico do surrealismo
O surrealismo é um movimento de vanguarda surgido na Europa entre os anos de 1919 e 1924. Portanto, aconteceu logo depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A Europa estava em reconstrução. Como resultado da guerra e da derrota alemã, novos países surgiram e outros confirmaram seu poderio.
A Alemanha foi severamente punida por meio do Tratado de Versalhes. Ainda, durante a crise econômica que se abateu sobre os países europeus, novas alianças foram forjadas. Nesse contexto, o surrealismo surgiu como uma espécie de fuga da dura realidade europeia. Os artistas passaram então a explorar o inconsciente humano, inspirados por teorias psicanalíticas freudianas.
Surrealismo no Brasil
Traços do surrealismo podem ser identificados em obras brasileiras a partir do modernismo. Nas artes visuais, o pintor Ismael Nery (1900-1934) sofreu grande influência desse movimento de vanguarda. Também possuem obras surrealistas os artistas Cícero Dias (1907-2003), Tarsila do Amaral (1886-1973) e Maria Martins (1894-1973).
A literatura modernista brasileira também apresenta elementos surrealistas, principalmente em textos do poeta Murilo Mendes (1901-1975), como é possível perceber em seu poema “Quase segredo”, do livro As metamorfoses:
A velocidade da luz
Me protege contra o enigma.
Mundo antigo,
(Árvore de campainhas,
Bola azul negra)
Já conheço teu alfabeto
E o que pretendes de mim.
Outrora eu tinha pés,
Caminhava sobre os pianos,
Às vezes até sobre a terra.
Fiz um buquê de mulheres,
Respiro ciúme traição:
Braços e pernas de uma
Estão no torso de outra.
Quem me conhece
Torna-se de repente visível.
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Exercícios resolvidos sobre surrealismo
Questão 01
Observe a pintura A face da guerra, de Salvador Dalí:
Analisando essa obra, é possível afirmar que ela apresenta a seguinte característica surrealista:
a) Geometrismo, que consiste no uso de diferentes formas geométricas na construção da imagem.
b) Caráter onírico, já que o aspecto absurdo e fantástico da imagem remete ao universo dos sonhos.
c) Traço impressionista, uma vez que a imagem não apresenta nitidez e mostra aspecto antirrealista.
d) Exaltação da tecnologia, dado o caráter robótico do rosto retratado em um espaço futurista.
e) Linhas assimétricas, de caráter ornamental, que valorizam o aspecto racional e antirromântico.
Resolução:
Alternativa “b”
O surrealismo apresenta caráter onírico, já que seus autores valorizam o inconsciente e, consequentemente, o universo dos sonhos. Assim, criam imagens fantásticas e absurdas, como a imagem da pintura de Dalí, na qual vemos um rosto que contém outro rosto em seus olhos e boca.
Questão 02
Leia este poema de Murilo Mendes:
Soltaram os pianos na planície deserta
Onde as sombras dos pássaros vêm beber.
Eu sou o pastor pianista,
Vejo ao longe com alegria meus pianos
Recortarem os vultos monumentais
Contra a lua.
Acompanhado pelas rosas migradoras
Apascento os pianos: gritam
E transmitem o antigo clamor do homem
Que reclamando a contemplação,
Sonha e provoca a harmonia,
Trabalha mesmo à força,
E pelo vento nas folhagens,
Pelos planetas, pelo andar das mulheres,
Pelo amor e seus contrastes,
Comunica-se com os deuses.
MENDES, Murilo. O pastor pianista. In: ______. As metamorfoses. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Esse poema modernista apresenta a seguinte característica surrealista:
a) Crítica social, ao mencionar que o homem trabalha mesmo à força, apesar de sonhar.
b) Valorização do cristianismo, ao afirmar que o homem se comunica com os deuses.
c) Personificação, ao atribuir característica humana, como o ato de gritar, aos pianos.
d) Acontecimento ilógico, ao mostrar um pastor que apascenta pianos em vez de ovelhas.
e) Bucolismo, ao descrever um ambiente pastoril e exaltar a vida campestre.
Resolução:
Alternativa “d”
O aspecto absurdo do texto está no fato de um pastor apascentar pianos, em vez de ovelhas. Isso dá ao poema do modernista Murilo Mendes um caráter surreal.
Créditos da imagem
[1] Anton_Ivanov / Shutterstock