Franklin Távora é um conhecido escritor cearense do século XIX. Ele escreveu romances regionalistas. Uma de suas obras românticas mais conhecidas é o livro O matuto.
Franklin Távora (João Franklin da Silveira Távora) foi um escritor cearense. Ele nasceu em 13 de janeiro de 1842, no município de Baturité. Mais tarde, fez faculdade de Direito, trabalhou como advogado e foi deputado provincial. No Rio de Janeiro, trabalhou na Secretaria do Império e dirigiu a Revista Brasileira.
O escritor faleceu em 18 de agosto de 1888, no Rio de Janeiro. Ele é conhecido por escrever romances regionalistas como O matuto, que mostra a realidade dos trabalhadores rurais no Nordeste do século XVIII. Seus livros fazem parte do Romantismo brasileiro, mas também são precursores do Naturalismo.
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Resumo sobre Franklin Távora
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O autor Franklin Távora nasceu em 1842 e morreu em 1888.
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Além de romancista, também atuou como advogado e deputado provincial.
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Suas obras estão inseridas no Romantismo brasileiro.
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Os romances do autor apresentam elementos regionalistas.
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O Cabeleira, O matuto e Lourenço são seus livros mais famosos.
Biografia de Franklin Távora
Franklin Távora (João Franklin da Silveira Távora) nasceu em 13 de janeiro de 1842, no município de Baturité, no estado do Ceará. Mas, ainda na infância, se mudou para Fortaleza. Em 1854, ele e a família foram morar em Pernambuco, na cidade do Recife, onde iniciou a faculdade de Direito em 1859.
Durante seu período como estudante universitário, Távora começou sua carreira de escritor. A formatura do curso de Direito ocorreu em 1863. No município de Porto Calvo, em Alagoas, o autor passou a trabalhar como advogado. Em Pernambuco, atuou como diretor-geral da Instrução Pública, em 1867.
No ano de 1868, assumiu o cargo de deputado provincial. Membro da maçonaria, fundou, em 1872, o periódico A Verdade. Em 1873, foi nomeado secretário de governo no Pará. No ano seguinte, se mudou para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Secretaria do Império. Em 1877, foi um dos fundadores da Sociedade dos Homens de Letras.
Já em 1879, dirigiu a Revista Brasileira. Em 1882, se tornou membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Devido à ruptura de um aneurisma, faleceu em 18 de agosto de 1888, no Rio de Janeiro, sem grandes posses. Algum tempo antes de morrer, destruiu dois livros inéditos sobre a revolução pernambucana.
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Franklin Távora e a Academia Brasileira de Letras
A Sociedade dos Homens de Letras, da qual Franklin Távora participou, é uma precursora da Academia Brasileira de Letras, fundada após a morte do romancista. Assim, por eleição do jurista Clóvis Beviláqua (1859-1944), Távora se tornou patrono da cadeira número 14 da ABL.
Quais são as características da obra de Franklin Távora?
As obras de Franklin Távora estão inseridas no Romantismo brasileiro e possuem elementos como:
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idealização amorosa;
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heroína idealizada;
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exagero sentimental;
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caráter teocêntrico;
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aspecto regionalista;
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valorização da cor local;
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herói rude;
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ambiente rural e patriarcal.
No entanto, os romances regionalistas brasileiros do século XIX possuem um caráter mais realista, ao mostrar a realidade crua de certas regiões. E também são precursores do Naturalismo, já que a influência do espaço sobre os personagens é um traço determinista desse tipo de romance.
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Principais temas de Franklin Távora
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Amor
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Crime
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Corrupção moral
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Violência
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Preconceito social
Obras de Franklin Távora
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Trindade maldita (1861)
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Um mistério de família (1861)
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Os índios de Jaguaribe (1862)
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A casa de palha (1866)
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Um casamento no arrabalde (1869)
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Três lágrimas (1870)
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O Cabeleira (1876)
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Lendas e tradições populares do Norte (1877)
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O matuto (1878)
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Lourenço (1878)
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O sacrifício (1879)
O matuto
O matuto é um romance regionalista publicado em 1878. Ele também possui caráter histórico, já que tem como pano de fundo a Guerra dos Mascates, de cunho emancipacionista, ocorrida entre os anos de 1710 e 1711, em Pernambuco. A história se passa no povoado de Pasmado.
Lourenço é filho adotivo de Francisco e Marcelina, trabalhadores rurais e livres, em um país que ainda mantinha o regime escravagista. Para completar a renda, vendem produtos agrícolas produzidos por eles. Também criam porcos e galinhas não só para consumo próprio, mas também para vender, com protagonismo de Marcelina.
Perto dessa família, mora o senhor do engenho Buriti, um tal João Cunha, casado com Damiana e bastante cruel com seus escravos. Ele está envolvido na guerra contra os mascates e usa seus escravos como soldados. Mas os protagonistas da obra são os desfavorecidos, ou seja, pobres e escravos.
Desse modo, o narrador mostra a realidade de exclusão em que vivem. Devido a isso, o jovem Lourenço, a princípio, se vê seduzido pelo cangaço. Mas o acolhimento dos pais acaba fazendo com que o rapaz veja o trabalho como uma alternativa ao crime. No entanto, por mais que trabalhem, não conseguem enriquecer.
A defesa do narrador é que um indivíduo propenso ao crime, como Lourenço, pode ser salvo pelo amor, pela educação e pelo trabalho. De certa forma, dialoga com o romance anterior — O Cabeleira —, cujo protagonista é corrompido pelo pai criminoso. Por fim, a obra O matuto tem sua continuação no próximo romance do autor, intitulado Lourenço.