Alexandre Dumas é um romancista e dramaturgo francês cujas obras apresentam características românticas. Seu romance O conde de Monte Cristo é uma de suas obras mais famosas.
Alexandre Dumas é um escritor francês. Ele nasceu em Villers-Cotterêts, na França, no dia 24 de julho de 1802. Mais tarde, se tornou romancista e dramaturgo, além de trabalhar para o duque d’Orléans e fundar o Teatro Histórico. Dumas fez muito sucesso com romances e peças teatrais. E recebeu o título de cavaleiro da Legião de Honra.
O autor, que morreu em 5 de dezembro de 1870, produziu obras com características românticas. Portanto, elas apresentam amor idealizado, caráter nacionalista, sentimentalismo e defendem ideais de liberdade. Seus romances mais famosos, como O conde de Monte Cristo, trazem aventuras e heroísmo.
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Resumo sobre Alexandre Dumas
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Alexandre Dumas é um romancista e dramaturgo francês.
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Ele nasceu em 1802 e morreu em 1870.
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Além de escritor, foi secretário de um duque e dono de um teatro.
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Dumas é um dos principais autores do Romantismo europeu.
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Suas obras apresentam nacionalismo, idealização e aventuras.
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Um de seus livros mais famosos é o romance O conde de Monte Cristo.
Biografia de Alexandre Dumas
Alexandre Dumas nasceu em 24 de julho de 1802, em Villers-Cotterêts, na França. Seu pai era o general Thomas-Alexandre Dumas Davy de la Pailleterie (1762-1806), de ascendência negra. Sua mãe era Marie-Louise Élisabeth Labouret (1769-1838). Em 1806, o menino ficou órfão de pai.
A mãe, com dificuldades financeiras, precisou da ajuda dos pais para se manter. O escritor estudou em uma escola católica. E, em 1816, conseguiu seu primeiro emprego, em um cartório. Em 1818, passou a se interessar por teatro e escreveu seus primeiros textos. Foi nesse ano que o jovem escritor iniciou um romance com Adèle Tellier.
Por influência de amigos do pai do autor, Dumas conseguiu ser nomeado, em 1823, quando se mudou para Paris, ao cargo de secretário do duque d’Orléans (1773-1850). Nessa época, tinha um relacionamento com Marie-Laure-Catherine Labay (1794-1868), que deu à luz um filho do escritor em 1824.
A criança só seria reconhecida pelo pai em 1831. Dumas continuou envolvido com o meio teatral, convivendo com artistas. E, em 1826, começou um relacionamento amoroso com a aspirante a escritora Mélanie Waldor (1796-1871). Em 1829, a peça Henrique III e sua corte, de Dumas, fez estrondoso sucesso.
No ano seguinte, o dramaturgo se tornou amante da atriz Belle Krelsamer (1803-1875). Nesse ano, também participou ativamente da Revolução de 1830. Já em 1831, abandonou o cargo junto ao duque de Orléans, e sua amante lhe deu uma filha. Iniciou um relacionamento amoroso, em 1832, com a atriz Ida Ferrier (1811-1859).
Nesse ano, os dois viajaram à Suíça. E, em 1835, à Itália. Em 1837, Dumas foi homenageado com o título de cavaleiro da Legião de Honra. Em 1838, conheceu a Alemanha. Dois anos depois, se casou com Ida Ferrier, e passaram meses de lua de mel em Florença.
O casamento chegou ao fim em 1844. No ano de 1846, o dramaturgo mandou construir o Teatro Histórico. Representante do governo francês, viajou, nesse ano, para a Argélia, em missão diplomática. No ano seguinte, seu Teatro Histórico foi inaugurado. E Dumas se envolveu amorosamente com a atriz Béatrix Parson.
Já em 1848, foi amante da atriz Celeste Scrivaneck. Politicamente, Dumas estava envolvido na causa republicana. Cheio de dívidas, começou a enfrentar dificuldades financeiras. Assim, seu teatro foi à falência em 1850, ano em que se envolveu com Anna Bauër, que seria mãe de outro filho seu, mas não reconhecido pelo autor.
Com o golpe de Luís Napoleão Bonaparte (1808-1873), Dumas decidiu, no final de 1851, se mudar para a Bélgica. Tal mudança também foi uma forma de fugir dos credores. Em 1853, criou, em Paris, o jornal O Mosqueteiro, fechado em 1857. Em 1858, foi para a Rússia, retornando em 1859.
Nesse ano, teve um caso com a jovem atriz Emélie Cordier, com quem viajou à Itália em 1860. Com essa atriz, teve outra filha, a qual não foi reconhecida pelo escritor. Nesse ano de 1860, acompanhou Giuseppe Garibaldi (1807-1882) a uma expedição à Sicília e foi nomeado curador dos museus de Nápoles.
Voltou para Paris em 1864, em companhia da cantora italiana Fanny Gordosa, com quem estava tendo um relacionamento amoroso. Em 1865, passou a dirigir o Grande Teatro Parisiense. Já em 1867, teve um caso com a atriz estado-unidense Adah Menken (1835-1868), o que provocou escândalo, devido à grande diferença de idade. Dumas morreu em 5 de dezembro de 1870, perto de Dieppe, na França.
Características literárias de Alexandre Dumas
As obras de Alexandre Dumas fazem parte do Romantismo francês, portanto possuem excesso de sentimentalismo, caráter nacionalista e idealização amorosa. Suas narrativas apresentam heróis e aventuras. São recorrentes as imagens hiperbólicas e as exclamações, de forma a atiçar as emoções de leitoras e leitores.
Por serem obras românticas, a subjetividade e o teocentrismo sobressaem. A classe burguesa está no centro das atenções, bem como seus valores. Por fim, ocorre a valorização dos ideais de liberdade, que inspiraram o Romantismo europeu após a Revolução Francesa.
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Obras de Alexandre Dumas
→ Romances de Alexandre Dumas
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O castelo de Eppstein (1843).
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O conde de Monte Cristo (1844).
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Os irmãos corsos (1844).
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Os três mosqueteiros (1844).
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A rainha Margot (1844).
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Vinte anos depois (1845).
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O cavaleiro de Maison-Rouge (1845).
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Memórias de um médico (1846-1853).
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O visconde de Bragelonne (1847).
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Os quarenta e cinco (1847).
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Joseph Balsamo (1849).
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O colar da rainha (1849).
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A tulipa negra (1850).
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Ange Pitou (1851).
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A condessa de Charny (1853).
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Memórias de Garibaldi (1860).
→ Teatro de Alexandre Dumas
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Henrique III e sua corte (1829).
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Antony (1831).
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Carlos VII entre seus grandes vassalos (1831).
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Richard Darlington (1832).
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Teresa (1832).
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A torre de Nesle (1832).
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Catherine Howard (1834).
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Don Juan de Marana ou A queda de um anjo (1836).
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Kean (1836).
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Calígula (1838).
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Paul Jones (1838).
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Mademoiselle de Belle-Isle (1839).
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Lorenzino (1842).
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Louise Bernard (1843).
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Gabriel Lambert (1844).
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Catilina (1848).
O conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas
O conde de Monte Cristo tem Edmond Dantès como protagonista da narrativa. Ele é injustamente acusado de um crime e, por isso, é mantido preso no castelo de If durante 14 anos. Após fazer amizade com um prisioneiro (o abade Faria), o herói acaba protagonizando uma fuga espetacular.
Livre, ele toma posse de um tesouro que o abade sabia estar escondido na ilha de Monte Cristo. A partir de então, Dantès se entrega a uma vingança contra aqueles que o levaram à prisão. Tudo isso acontece no início do século XIX, na França. Antes da prisão, Dantès era um jovem marinheiro prestes a se tornar capitão. Ele era apaixonado por Mercedes, com quem planejava se casar assim que sua situação financeira melhorasse.
Os inimigos do herói são Danglars (não queria que Dantès fosse capitão), Fernand (queria Mercedes) e Caderousse (um vizinho malvado). Em conluio, os vilões enviaram uma carta anônima às autoridades francesas, na qual acusavam Edmond Dantès de conspiração contra o governo. Quando o procurador do rei Villefort recebeu a denúncia, providenciou a prisão do herói.
Até então ninguém tinha escapado do castelo de If. Dantès é o primeiro a realizar tamanho feito. Quando morre o abade, Dantès troca de lugar com ele, se ocultando no saco que vai ser lançado com o suposto cadáver ao mar. Rico, Dantès se torna o conde de Monte Cristo, pronto para se vingar de seus quatro inimigos.
Frases de Alexandre Dumas
A seguir, vamos ler algumas frases de Alexandre Dumas, extraídas de suas obras Louise Bernard e O conde de Monte Cristo:
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“Cabeça que se abaixa, cabeça que cairá.”
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“A vida é um eterno naufrágio de nossas esperanças.”
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“Toda a sabedoria humana estará nestas duas palavras: esperar e ter esperança.”
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“Em política, não existem homens, mas ideias; não existem sentimentos, mas interesses.”
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“É preciso o infortúnio para escavar certas jazidas misteriosas escondidas na inteligência humana.”
Crédito de imagem
[1] Companhia das Letras (reprodução)
Fontes
ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2021.
ALEXANDRE DUMAS. Chronologie. Disponível em: http://www.dumaspere.com/pages/vie/chronologie.html.
DUMAS, Alexandre. Cronologia. In: DUMAS, Alexandre. O conde de Monte Cristo. Tradução de André Telles e Rodrigo Lacerda. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
LE FIGARO. Alexandre Dumas a dit… Disponível em: http://evene.lefigaro.fr/citations/alexandre-dumas.
MUSÉE ALEXANDRE DUMAS. Portrait: Alexandre Dumas père (1802-1870). Disponível em: https://webmuseo.com/ws/musee-dumas/app/report/index.html?msgId=4.
NOGUEIRA, Isabella. Um conúbio intrigante na construção de um herói romântico: os caminhos da produção das Mémoires de Garibaldi (1860), de Alexandre Dumas. 2018. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018.
SANTOS, Marlene Soares dos. Shakespeare: criador e criatura. Matraga, Rio de Janeiro, v. 27, n. 49, p. 189-209, jan./ abr. 2020.