Como sugestão, atenhamo-nos aos vocábulos em evidência, a título de estabelecermos uma maior familiaridade com o assunto ora abordado. Eis que são:
maçã – gota d’água – cipó – você – àquilo |
Notamos a presença de determinados sinais, atribuídos junto às letras, que lhes conferem um valor fonético especial, permitindo que tais palavras, assim como tantas outras, sejam pronunciadas de forma correta.
Desta feita, de modo a ampliarmos nossos conhecimentos acerca desta particularidade gramatical, analisemos todos os casos de modo particular, levando-se em consideração as respectivas funções por eles desempenhadas:
Til ( ~ )
Sua incidência se dá sobre as letras “a” e “o” no intuito de indicar a nasalização destas.
Exemplos:
manhã – coração – órfã – irmã...
Trema ( ¨ )
Tal sinal gráfico, desde que a Nova Reforma Ortográfica entrou em vigor, foi totalmente abolido dos grupos silábicos representados por “que”, “qui’, “gue” e “gui”. Entretanto, sua permanência ainda incide sobre os nomes próprios e seus derivados.
Exemplos:
Müller – mülleriano – Hübner – hübneriano...
Apóstrofo ( ‘ )
Assinala a supressão de um fonema – geralmente de uma vogal – em palavras compostas, ligadas por preposição, em expressões populares ou em versos.
Exemplos:
minh’alma – mãe d’água – caixa d’água...
Acento agudo
Indica o som aberto, proferido pela vogal tônica.
Exemplos:
cajá – até – vovó...
Acento circunflexo
Manifesta-se pelo som fechado, retratado pela vogal tônica.
Exemplos:
lâmpada – vovô – clichê...
Acento grave
Utilizado para indicar a crase.
Exemplos:
Irei à festa.
Estes livros pertencem àquele garoto.
Cedilha
Usada sobre a letra “c’’, indicando que esta representa o som de /ss/.
Exemplos:
açude – aço – associação...
Dica importante:
Este sinal somente é acompanhado pelas vogais: a, o, u.
Hífen
Dentre as mudanças instituídas pela nova ortografia figura-se o uso do hífen. Uma vez um tanto quanto complexas, são passíveis de nota e, sobretudo, de especial atenção. Para tanto, analisemos alguns casos, enfatizando como antes eram grafados e como se revelam atualmente:
* Depois de prefixo, quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, retira-se o hífen e duplicam-se as consoantes.
Observações importantes:
O hífen será mantido quando os prefixos terminarem com “r” e o segundo elemento começar pela mesma letra.
Exemplos:
hiper-requintado – super-romântico – inter-regional...
* Não se usa mais o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar com uma vogal diferente.
Observação:
Esta nova regra padroniza algumas exceções já existentes antes do novo acordo.
Exemplos:
antiaéreo – antiamericano – aeroespacial – socioambiental – socioeconômico...
* O hífen passa a ser utilizado quando o prefixo termina por vogal e a segunda palavra começa com a mesma vogal.
Nota importante:
Esta regra não se aplica aos prefixos (co), (pro), (re).
Exemplos: coordenar – reentrância – reeditar.
Casos relacionados ao prefixo pré/pre:
- Quando átono (pre): Este se junta ao segundo elemento.
Exemplos: preestabelecer – predeterminado – preexistir...
- Quando tônico (pré), utiliza-se o hífen.
Exemplos: pré-história – pré-adolescente – pré-natal...
* O hífen deixou de ser utilizado em determinadas palavras que perderam a noção de composição.
Exemplos:
Observação:
O hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação, como também naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas.
Exemplos: azul-escuro – bem-te-vi – couve-flor – amarelo-claro – guarda-costas...
* Em prefixos, o emprego do hífen continua diante de palavras iniciadas por “h”.
Exemplos:
super-homem – anti-herói – anti-higiênico – co-herdeiro – extra-humano...
* Não se usa o hífen quando prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de “r” ou “s”.
Exemplos: contracheque – anteprojeto - extraforte – semicírculo...
* O emprego do hífen está também relacionado aos casos abaixo enumerados:
- Com o prefixo sub: sub-região – sub-reitoria – sub-raça...
- Com os prefixos: além, aquém, recém, vice, ex, pós, sem.
Exemplos: ex-namorado – além-mundo – recém-nascido – pós-cirúrgico – vice-prefeito – sem-terra – aquém-mar.
- Com o advérbio “mal” quando o segundo elemento começar por vogal ou “h”.
Exemplos: mal-educado – mal-habituado...
Entretanto, não se usa o hífen quando o segundo elemento começar por consoante.
Exemplos: maldormido – malvestido - malsucedido
Também se usa o hífen:
* Diante dos casos em que ocorrer a ênclise e mesóclise.
Exemplos: mandar-te-ei, percebê-lo, levá-la...
* Com os sufixos de origem tupi-guarani: -açu, -mirim, -guaçu.
Exemplos: jacaré-açu – cajá-mirim – amoré-guaçu.
* Com os prefixos “circum” e “pan” diante de palavras iniciadas por “m”, “n” e vogal.
Exemplos: pan-americano – circum-navegação..