Orações subordinadas são orações que completam o sentido da oração principal. Podem ser classificadas como substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Orações subordinadas são orações que dependem de uma oração principal. Isso porque a oração subordinada exerce uma função sintática e, assim, complementa o sentido da principal. Elas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. E se diferenciam das orações coordenadas, as quais são independentes e, portanto, possuem sentido completo.
Leia também: Frase, oração e período — qual a diferença?
Resumo sobre as orações subordinadas
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As orações subordinadas são orações que completam o sentido da oração principal.
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As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
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As orações subordinadas substantivas são:
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subjetivas;
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objetivas diretas;
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objetivas indiretas;
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completivas nominais;
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predicativas;
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apositivas.
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As orações subordinadas adjetivas são:
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explicativas;
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restritivas.
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As orações subordinadas adverbiais são:
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causais;
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comparativas;
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concessivas;
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condicionais;
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conformativas;
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consecutivas;
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finais;
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proporcionais;
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temporais.
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As orações subordinadas desenvolvidas possuem conectivo e seu verbo é flexionado.
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As orações subordinadas reduzidas não possuem conectivo e seu verbo está no infinitivo, gerúndio ou particípio
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As orações subordinadas não podem ser confundidas com as orações coordenadas.
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Enquanto as orações subordinadas dependem de outra oração para existir, as orações coordenadas têm sentido completo.
O que são orações subordinadas?
As orações subordinadas são orações que dependem de outra oração para existir. Isso porque as orações subordinadas exercem uma função sintática que complementa o sentido da oração principal e, portanto, são subordinadas a ela. Por exemplo, uma oração pode exercer a função de objeto direto da principal:
O funcionário contou-lhe que a juíza estava sob suspeita.
Nesse período, a oração “que a juíza estava sob suspeita” é subordinada à oração principal “O funcionário contou-lhe” e atua como objeto direto do verbo “contar”, integrante da oração principal.
Quais são os tipos de orações subordinadas?
→ Orações subordinadas substantivas
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Oração subordinada substantiva subjetiva:
É urgente que resolvamos o problema da falta de moradia. [oração com função de sujeito]
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Oração subordinada substantiva objetiva direta:
Eu lhe disse que o filho passou mal. [oração com função de objeto direto]
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Oração subordinada substantiva objetiva indireta:
Esqueceu-se de dizer eu te amo. [oração com função de objeto indireto]
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Oração subordinada substantiva completiva nominal:
Temos receio de que isso aconteça novamente. [oração com função de complemento nominal]
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Oração subordinada substantiva predicativa:
O bom é que ninguém saiu ferido. [oração com função de predicativo do sujeito]
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Oração subordinada substantiva apositiva:
Só pensava nisto: que tudo sairia bem. [oração com função de aposto]
→ Orações subordinadas adjetivas
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Oração subordinada adjetiva explicativa:
A educação, que pode mudar o mundo, está sendo negligenciada. [oração com função adjetiva, de caráter genérico]
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Oração subordinada adjetiva restritiva:
As pessoas que estudaram em boas escolas têm mais chances na vida. [oração com função adjetiva, de caráter particular e essencial]
→ Orações subordinadas adverbiais
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Oração subordinada adverbial causal:
Maria ficou chateada porque a amiga viajou ontem. [oração que expressa uma causa]
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Oração subordinada adverbial comparativa:
Sou como meu pai era. [oração que expressa uma comparação]
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Oração subordinada adverbial concessiva:
Embora eu acredite no seu amor, prefiro ficar sozinha. [oração que expressa uma restrição]
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Oração subordinada adverbial condicional:
Se não puder suportar, desista. [oração que expressa uma condição]
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Oração subordinada adverbial conformativa:
As coisas passarão conforme você quer. [oração que expressa uma conformidade de ideias]
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Oração subordinada adverbial consecutiva:
Ficou em casa, de modo que não presenciou a briga. [oração que expressa uma consequência]
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Oração subordinada adverbial final:
Chegou mais cedo à empresa para adiantar o trabalho. [oração que expressa uma finalidade]
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Oração subordinada adverbial proporcional:
À medida que os alunos chegavam, a professora ficava mais atenta. [oração que expressa a proporção entre os fatos]
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Oração subordinada adverbial temporal:
Quando comprei o chocolate, não pensei em seu valor nutritivo. [oração que aponta um momento]
Orações subordinadas desenvolvidas e reduzidas
As orações subordinadas desenvolvidas possuem conectivo e seu verbo é flexionado:
Vejo que o pássaro desapareceu na serra.
Nessa oração subordinada, temos o conectivo “que” e o verbo “desaparecer” conjugado na terceira pessoa do singular, do pretérito perfeito do indicativo.
Já as orações subordinadas reduzidas não possuem conectivo e seu verbo está no infinitivo, gerúndio ou particípio:
Vejo o pássaro desaparecer na serra.
Cantando, contou a sua história.
Fechadas as portas, os amigos começaram o ritual macabro.
Acesse também: Quais são as conjunções subordinativas?
Diferenças entre orações subordinadas e orações coordenadas
A oração subordinada complementa o sentido da oração principal. Portanto, ela depende da principal para existir. Desse modo, ela pode assumir uma função substantiva, adjetiva ou adverbial:
Ele é capaz de mentir para você.
O amor que não se mostra é mais forte.
Antes que você reclame, vou explicar o motivo da demora.
Já a oração coordenada é independente, ou seja, ela possui sentido completo. Portanto, não depende de outra oração. E pode ser assindética (sem conectivo) ou sindética (com conectivo):
As pessoas gritavam, as pessoas corriam.
As pessoas gritavam e corriam.
Veja que, nos exemplos, há duas orações independentes: “as pessoas gritavam” e “as pessoas corriam”. No segundo caso, elas são unidas pela conjunção aditiva “e”. De forma que, no primeiro exemplo, temos oração coordenada assindética e, no segundo, uma oração coordenada sindética.
Exercícios resolvidos sobre as orações subordinadas
Questão 1
(Unimontes)
O DESCONSOLO DA PERDA
Betty Milan
[...]
O nosso maior desconsolo é a perda do ser amado. Só superamos a tristeza quando entendemos que perder não é sinônimo de não ter. Que quem morreu já não está no mundo, mas pode existir em nós. Fazer o luto é entender que a morte não anula a existência e que, sem estar, o morto ainda está. Isso requer tempo. Tanto mais tempo quanto menos ritualizada é a despedida. Nas sociedades em que existe o culto ao ancestral, a morte não deixa quem perde inteiramente desprotegido como na nossa sociedade. Entre nós, evita-se falar da morte e não se tem tempo para a tristeza, o que nos expõe mais ainda aos efeitos negativos dela. Nada é pior do que a tristeza recalcada, de ação sorrateira e consequências imprevisíveis. Quem não chora o seu morto e não é consolado pelos vivos fica sozinho com a perda. Num certo sentido, é marginalizado. Por outro lado, quem não tem tempo para o sofrimento alheio não pode ter relações de amor ou de amizade. E, assim, isola-se também.
Os personagens de romance encontram soluções mágicas para os seus dramas. Já nós somos obrigados a aceitar a realidade. Mas nada nos impede de aprender com os personagens a usar a nossa imaginação para viver melhor. No caso do luto, isso significa rememorar: o encontro, a solidariedade, o tempo feliz vivido na companhia do outro. Rememorar em vez de lamentar a falta. Só chora continuamente a perda do amado ou do amigo quem não acredita na própria morte. Ou desacredita o tempo, porque se ilude pensando que a vida não passa.
Veja, 1 de setembro, 2010, p. 164.
Para responder à questão, atente-se para a estrutura formal que liga a oração subordinada adverbial à sua principal, em cada período. Essas estruturas (conjunção, série correlativa, preposição) vêm sublinhadas.
A circunstância expressa pelas orações adverbiais dos períodos abaixo foi corretamente determinada em cada alternativa, EXCETO em
A) “Mas nada nos impede de aprender com os personagens a usar a nossa imaginação para viver melhor.” ⇒ CAUSA.
B) “Tanto mais tempo [requer] quanto menos ritualizada é a despedida.” ⇒ PROPORCIONALIDADE.
C) “Só superamos a tristeza quando entendemos que perder não é sinônimo de não ter.” ⇒ TEMPO.
D) “Nas sociedades em que existe o culto ao ancestral, a morte não deixa quem perde inteiramente desprotegido como na nossa sociedade.” ⇒ COMPARAÇÃO.
Resolução:
Alternativa A.
A oração subordinada adverbial “para viver melhor” não indica uma causa, mas sim uma finalidade. É, portanto, uma oração subordinada adverbial final.
Questão 2
(Unimontes)
ESCULHAMBAÇÃO
Ferreira Gullar
A tragédia de Santa Maria impactou o país pela quantidade de mortes que ocasionou, mas também pelo que significa no quadro da realidade brasileira: a denúncia da irresponsabilidade que tomou conta do país.
Que, no Brasil de hoje, as leis, as normas sociais estão aí apenas para constar, a gente já sabia. Mas foi preciso, desgraçadamente, que o incêndio da boate Kiss resultasse na morte de quase 240 pessoas — na sua maioria jovens universitários — para que as autoridades se mancassem e se sentissem obrigadas a fazer o que mais as desagrada: cumprir as leis e, pior ainda, punir quem as desrespeita. Na verdade, querem ser todos bonzinhos, especialmente consigo mesmos.
[...]
É que, para eles, a opinião pública não merece nenhum respeito. Que outro sentido tem a recente eleição de Renan Calheiros para presidir o Senado Federal, embora denunciado pelo procurador-geral da República por peculato, uso de documentos falsos e corrupção? Há cinco anos, ele renunciou a essa mesma presidência e ao seu mandato parlamentar para escapar de ser cassado. E volta, agora, sob os aplausos efusivos de seus companheiros de farsa. É ou não é uma esculhambação?
Folha de S.Paulo, 17 fev. 2013.
“[...] foi preciso, desgraçadamente, que o incêndio da boate Kiss resultasse na morte de quase 240 pessoas [...] para que as autoridades se mancassem e se sentissem obrigadas a fazer [...] cumprir as leis [...].”
Acerca da subordinação presente nesse período, assinale a alternativa em que a análise feita NÃO é procedente.
A) Esse trecho encerra uma ideia de finalidade.
B) Há, no trecho do enunciado, uma oração na forma desenvolvida, amparada pela conjunção “para que”, com verbos no subjuntivo.
C) Entre esse trecho expresso no enunciado e o seguinte trecho: “[...] ele renunciou a essa mesma presidência [...] para escapar de ser cassado.” há o estabelecimento de mesma ideia, explicitada por conjunção com mesmo valor ou função, com esta oração na forma reduzida.
D) Está expressa, no trecho, uma ideia de condição.
Resolução:
Alternativa D
O trecho não apresenta ideia de condição, mas de finalidade.
Aproveite para conferir as nossas videoaulas relacionadas ao assunto: