O modo imperativo é um dos modos verbais de conjugação da língua portuguesa, assim como o modo indicativo e o modo subjuntivo. O modo imperativo é usado para expressar ações que se exige do interlocutor, por meio de ordens, pedidos, sugestões ou conselhos.
Por se tratar de um modo verbal com a função de impelir ações a outra(s) pessoa(s), o modo imperativo não é conjugado na 1ª pessoa do singular (“eu”). É, portanto, conjugado na 2ª pessoa (do singular, “tu”, e do plural, “vós”), na 3ª pessoa (pelo uso do pronome de tratamento “você”, no singular, e “vocês”, no plural) e na 1ª pessoa do plural (“nós”).
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Quais são as formas do modo imperativo?
O imperativo tem duas formas: o imperativo afirmativo e o imperativo negativo. A conjugação entre essas duas formas se difere na 2ª pessoa, tanto do singular (“tu”) quanto do plural (“vós”), tendo formas diferentes de conjugação quando no afirmativo e quando no negativo. A conjugação das demais pessoas no imperativo não se altera.
Como a 2ª pessoa (“tu” e “vós”) tem caído em desuso no português brasileiro, que passa a adotar cada vez mais a 3ª pessoa por meio dos pronomes de tratamento “você” e “vocês”, há uma tendência cada vez maior no português brasileiro de não haver distinções entre o imperativo afirmativo e negativo.
Ainda assim, observe como se dá a distinção entre as conjugações do imperativo afirmativo e negativo a seguir.
Formação do imperativo afirmativo
Imperativo afirmativo |
||
1ª conjugação |
2ª conjugação |
3ª conjugação |
cantar |
comer |
partir |
canta (tu) |
come (tu) |
parte (tu) |
cante (você) |
coma (você) |
parta (você) |
cantemos (nós) |
comamos (nós) |
partamos (nós) |
cantai (vós) |
comei (vós) |
parti (vós) |
cantem (vocês) |
comam (vocês) |
partam (vocês) |
Formação do imperativo negativo
No imperativo negativo, a 2ª pessoa do singular (“tu”) e do plural (“vós”) apresenta forma diferente. Observe:
Imperativo negativo |
||
1ª conjugação |
2ª conjugação |
3ª conjugação |
cantar |
comer |
partir |
não cantes (tu) |
não comas (tu) |
não parta (tu) |
não cante (você) |
não coma (você) |
não parta (você) |
não cantemos (nós) |
não comamos (nós) |
não partamos (nós) |
não canteis (vós) |
não comais (vós) |
não partais (vós) |
não cantem (vocês) |
não comam (vocês) |
não partam (vocês) |
Veja também: Quais são os verbos anômalos?
Exercícios resolvidos
Questão 1 – (UFMT) Leia a tira.
São verbos que expressam ordens ou pedidos, típicos do modo imperativo, nessa tira:
A) mandar, apagar, amassar.
B) dar, apagar e amassar.
C) folgar, mandar, jogar.
D) apagar, amassar, jogar.
Resolução
Alternativa D. Os verbos no imperativo estão expressos com o sujeito “você” (3ª pessoa): “apague”, “amasse” e “jogue”.
Questão 2 – (FCC) Os versos transcritos constituem trecho de um poema de Carlos Drummond de Andrade, cujo título é Noite na repartição. Os objetos se personificam e se queixam. Surge uma POMBA, que se dirige a eles, inclusive ao Oficial Administrativo, desta maneira:
A POMBA:
Papel, homem, bichos, coisas, calai-vos.
Trago uma palavra quase de amor, palavra de perdão.
Quero que vos junteis e compreendais a vida.
Por que sofrerás sempre, homem, pelo papel que adoras?
A carta, o oficio, o telegrama têm suas secretas consolações.
Confissões difíceis pedem folha branca.
Não grites, não suspires, não te mates: escreve.
Escreve romances, relatórios, cartas de suicídio, exposições de
motivos,
mas escreve. Não te rendas ao inimigo. Escreve memórias, faturas.
E por que desprezas o homem, papel, se ele te fecunda com
dedos sujos mas dolorosos?
Pensa na doçura das palavras. Pensa na dureza das palavras.
Pensa no mundo das palavras. Que febre te comunicam. Que
riqueza.
Mancha de tinta ou gordura, em todo caso mancha de vida.
Passar os dedos no rosto branco… não, na superfície branca.
Certos papéis são sensíveis, certos livros nos possuem.
Mas só o homem te compreende. Acostuma-te, beija-o.
Porta decaída, ergue-te, serve aos que passam.
Teu destino é o arco, são as bênçãos e consolações para todos.
Pequena aranha pessimista, sei que também tens direito ao idílio.
Vassoura, traça, regressai ao vosso comportamento essencial.
Telefone, já és poesia.
Preto e patético, fica entre as coisas.
Que cada coisa seja uma coisa bela.
O PAPEL, A VASSOURA, OS PROCESSOS, A PORTA, OS CACOS DE GARRAFA, surpresos:
Uma coisa bela?
A POMBA, no auge do entusiasmo, tornando-se, de branca, rosada:
Uma coisa bela! uma coisa justa!
(Carlos Drummond de Andrade)
Há no poema emprego constante de verbos no imperativo afirmativo. O único verso em que NÃO ocorre esse emprego é:
A) Que cada coisa seja uma coisa bela.
B) Escreve memórias, faturas.
C) Pensa na doçura das palavras.
D) Acostuma-te, beija-o.
E) Porta decaída, ergue-te, serve aos que passam.
Resolução
Alternativa A. O verbo no enunciado dessa alternativa (“seja”) está conjugado no presente do subjuntivo.
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