Discorrer acerca da flexão ou da ausência dela, sobretudo em se tratando dos verbos, revela-se como um procedimento pertinente. Em razão disso, ocupemo-nos em estabelecer um pouco mais de familiaridade com uma das formas nominais, representada aqui pelo infinitivo, dando ênfase às suas formas flexionada e não flexionada.
Parte-se do pressuposto de que o infinitivo tanto pode ser impessoal, assim considerado pelo fato de se referir apenas ao processo verbal em si, como pode ser pessoal, fazendo referência a uma pessoa gramatical, em específico. Assim, afirma-se que tal forma se insere entre os mais discutidos assuntos relacionados à língua e, sobretudo, questionados por boa parte dos usuários. Nesse sentido, prossigamos nossa discussão apontando os principais pressupostos inerentes ao assunto em pauta.
Não flexão do infinitivo impessoal:
* Não se flexiona o infinitivo impessoal quando ele é utilizado de forma indeterminada, assumindo, assim, um valor substantivo:
Praticar exercícios faz bem à saúde.
* Nos casos em que tal forma assume um valor imperativo:
- Atacar, atacar!– bradava a polícia.
* Em casos em que atua como verbo principal de uma locução verbal:
Eu não vou voltar tão cedo.
* Nas circunstâncias em que, regido de preposição, é empregado como complemento nominal de um adjetivo, verbo ou advérbio:
Foram convidados a sair.
* Quando é empregado numa oração reduzida que complementa um verbo auxiliar causativo (mandar, deixar, fazer, etc.) ou sensitivo (sentir, perceber, ver, etc.), tendo como sujeito um pronome oblíquo:
Mande-os entrar.
Flexão (ou não) do infinitivo pessoal
* Nos casos em que há sujeito distinto daquele pertencente à oração anterior, a flexão é obrigatória:
(nós) Acreditamos serem eles os causadores de tamanha confusão.
* Em casos em que a oração reduzida que complementa um auxiliar causativo ou sensitivo se constituir de um sujeito expresso por um substantivo, a flexão do infinitivo é opcional:
Deixe as crianças entrarem (ou entrar)
Percebi as pessoas saírem (sair)
* Diante do verbo “parecer”, a flexão pode se dar ou não:
Eles parecem gostar.
Observe que, no primeiro enunciado, o verbo “parecer” funciona como auxiliar do verbo “gostar”. Já no segundo temos um período composto em que “parece” atua como verbo de uma oração principal cujo sujeito é a subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, ou seja: eles gostarem.
Dessa forma, tal oração, quando desdobrada, torna-se assim expressa:
Parece que eles gostam.
* A flexão se torna desnecessária nos casos em que o sujeito da oração reduzida de infinitivo for o mesmo da oração anterior:
Nós iremos ao colégio para apresentar a peça teatral.
* Nos casos referentes a um sujeito elíptico (reconhecido pela desinência verbal), a flexão torna-se necessária:
É essencial obedecermos aos nossos pais. (sujeito elíptico “nós”)
Impediram-nos de nos aproximar do diretor.
Fizeram-nos sair imediatamente.
Não os vi chegar.
Eles parece gostarem.
Flexão e não flexão do infinitivo
Por Vânia Maria do Nascimento Duarte
Mais procurados
Fagundes Varela
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
Tipos de predicado
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Adjunto adverbial
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Falsos sinônimos
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
Palavras aportuguesadas
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.