O emprego das aspas, recurso gráfico comum na linguagem escrita, está condicionado a situações de uso preestabelecidas.
Quem nunca ficou em dúvida sobre o emprego das aspas? Recurso gráfico muito utilizado na linguagem escrita, as aspas estão condicionadas a situações de uso específicas. Mas não basta saber como e quando usá-las, é preciso também saber como pontuar um texto quando as aspas surgem em seu desenvolvimento.
Para facilitar sua escrita, elaboramos algumas dicas sobre o uso das aspas que podem elucidar de vez uma dificuldade muito frequente na língua portuguesa.
Regras para o uso das aspas:
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As aspas devem ser empregadas sempre que você for abrir e fechar citações. Observe o exemplo:
“O senhor… mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra montão.”
(Grande sertão: Veredas - Guimarães Rosa)
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Uma situação de uso em que as aspas são empregadas com frequência é quando temos como intenção exprimir ironia ou conferir destaque a uma palavra ou expressão empregada fora de seu contexto habitual. Observe o exemplo:
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um “amor”.
(Mário de Andrade)
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As aspas devem ser empregadas quando no texto surgirem neologismos, arcaísmos ou gírias, pois é importante que esses termos ganhem destaque. Observe o exemplo:
"(...) Já outro, contudo, respeitável, é o caso - enfim - de 'hipotrélico', motivo e base desta fábrica diversa, e que vem do bom português. O bom português, homem de bem e muitíssimo inteligente, mas que, quando ou quando, neologizava, segundo suas necessidades íntimas.”
(Tutameia – Terceiras estórias. Guimarães Rosa*)
* Guimarães Rosa é um escritor de nossa literatura muito conhecido pela criação de neologismos. Segundo ele, “hipotrélico” significa “pessoa pedante”, que tem pouco respeito com a opinião alheia.
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Para ressaltar a ocorrência de empréstimos linguísticos (estrangeirismos) no texto, sobretudo quando não estiver disponível a opção “itálico”. Observe o exemplo:
A “baby-sitter” e o “barman” marcaram um encontro no “hall” do edifício.
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Para marcar o título de uma obra. Observe o exemplo:
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”. (Machado de Assis)
Regras para a pontuação quando houver aspas:
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Se a frase começa e termina com aspas, o ponto deve ficar dentro das aspas. Exemplo:
“Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.” (Machado de Assis)
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Se a frase não está integralmente dentro das aspas, a pontuação deve ficar fora das aspas. Exemplo:
Estou de acordo com Machado de Assis, que dizia, sabiamente: “Lágrimas não são argumentos”.