As dicas linguísticas tendem a ampliar nossos horizontes, incidindo de forma direta no nosso desempenho enquanto usuários
No tocante à nossa performance linguística, na condição de usuários assíduos da língua, muitas vezes cometemos alguns “tropeços” que, em se tratando de situações específicas de interlocução, concebem-se como inadequados. Por vezes, tal ocorrência pode se dar por um simples descuido de nossa parte ou até mesmo por falta de um conhecimento mais amplo acerca dos fatos linguísticos.
Assim sendo, a começar pelo título do artigo, algumas dicas nos servirão como base rumo ao bom desempenho no que diz respeito a esse aspecto. Sendo assim, norteado pela importância de se conquistar determinadas habilidades, o estudo a que iremos nos dedicar aponta acerca de algumas recorrentes circunstâncias comunicativas que geralmente representam alvo de muitos questionamentos. Com base nessa premissa, vejamos:
* Peixes possuem espinhos ou espinhas?
Podemos dizer que algumas espécies possuem ambos os elementos. O que na verdade importa é que saibamos fazer a diferenciação que há entre eles. Para tanto, analisemos:
No caso de se tratar daqueles ossos internos, dizemos sempre “espinhas”. Agora, fazendo referência àquela saliência fina e pontiaguda que recobre o corpo de alguns animais, aí sim podemos afirmar que se trata de “espinhos”. No caso dos peixes, há alguns que possuem tal característica, como esse demonstrado na imagem:
* Toda cor possui plural?
Acredite: nem todas são demarcadas por esse aspecto, tendo em vista alguns pormenores tidos como relevantes, observe:
Geralmente a nomeação que a elas atribuímos (vermelho, verde, amarelo, roxo, entre outros), ora pode funcionar como adjetivos (olhos azuis), ora como substantivo (O azul é minha cor predileta). Ocorrências essas que quase sempre obedecem às regras de flexão de número.
Contudo, há aquelas cuja nomeação se origina de outros seres, como, por exemplo, objetos, flores, frutas, etc. Assim sendo, laranja, limão, vinho, violeta, rosa, cinza, gelo, de substantivos passam a ocupar a função de adjetivos, permanecendo, portanto, invariáveis. Logo, torna-se perfeitamente compreensível e, sobretudo, adequado, dizermos:
Camisetas laranja; vestidos violeta; gravatas limão, camisas rosa; persianas gelo, e assim por diante.
* TV a cores ou em cores?
Se alguém nos perguntasse se assistimos ao filme a preto e banco ou em preto e branco, certamente optaríamos pela segunda alternativa, até mesmo por uma questão de coerência.
Indo um pouco mais adiante, sobretudo no que diz respeito à função relativa aos termos “a” (a cores) e “em” (em cores), temos que o “a” somente pode funcionar como artigo, pois como preposição é impossível, visto que não se usa preposição antes de palavras pluralizadas (cores). Dessa forma, atendo-nos ao termo “em”, esse sim é uma preposição e condizente ao contexto, ou seja:
TV em cores.
*Subsídio (com som de s) ou “subizídio” (com som de z)?
Mediante tal circunstância linguística, há que se fazer uma importante colocação: ao dizermos ASA, percebemos que a letra s apareceu grafada entre duas vogais, fato que a faz, em se tratando de termos fonéticos, possuir som de “z”. Quando o mesmo ocorre, mas o som agora, necessariamente, precisa ser o de “s”, basta duplicarmos tal letra, como, por exemplo, “ASSAR”.
Assim sendo, não há fundamentos que nos conduzam a pronunciar o referido vocábulo com som de “z”, mas sim como orginalmente se apresenta, ou seja, subsídio (com som de s).