Agradecê-lo ou agradecer-lhe? Para saber a resposta, é preciso observar a transitividade do verbo agradecer
Agradecê-lo ou agradecer-lhe? Estamos, pois, diante de um fato linguístico o qual nos convida a expressar todo conhecimento do qual dispomos acerca da regência verbal. Ora, quando nela falamos, estamos fazendo referência à relação estabelecida entre os verbos e seus respectivos complementos. Mas como se dá essa relação?
No intuito de melhor esclarecermos tal afirmativa, pensemos na possibilidade de que determinados verbos não subsistem sozinhos, ou seja, para serem completos necessitam de estar acompanhados de outro termo. Vejamos:
Entregamos as encomendas.
Constatamos que “as encomendas” representa o complemento do verbo em questão, que no caso é “entregar”. Outro aspecto ao qual devemos estar atentos é que essa complementação se deu sem o intermédio de outra palavra – razão esta que nos faz remeter à ideia de objeto direto.
Mas se o discurso se prolongar, o emissor poderia optar por dizer mais ou menos assim:
Entregamos as encomendas aos clientes.
Aí sim, a outra “parte” se revela intermediada por uma preposição, haja vista que o verbo entregar é regido por um objeto direto (complemento de coisa) e por um objeto indireto (complemento de pessoa).
Assim, tendo em vista que representando esses tais complementos figuram-se alguns pronomes oblíquos, ora fazendo o papel de objeto direto, ora de indireto, analisemos:
Quem agradece não agradece alguém, mas sim a alguém.
Dessa forma, por que utilizamos o pronome oblíquo “lo”, o qual ocupa sempre a função de objeto direto, se o verbo, como já expresso, é regido por um complemento que requer o uso da preposição? Partindo desse pressuposto, podemos concluir que a forma correta, nesse caso, se define por agradecer-lhe, pois o “lhe” ocupará a função de objeto indireto, somente.