Um fato inédito demarcou o resultado obtido por meio das últimas eleições no Brasil – o de uma mulher eleger-se como alguém que comandará a nação durante um determinado tempo. Tal ocorrência desencadeou, entre outros fatores, alguns aspectos relacionados à própria linguagem, tornando-se alvo de questionamentos por parte de algumas pessoas.
Afinal, Dilma Rousseff ocupará o cargo de presidente ou presidenta do Brasil?
Tais expressões estão condicionadas a um fato linguístico inerente à classe gramatical representada pelos substantivos, mais precisamente no que se refere a uma de suas flexões – o gênero. E ao se tratar deste assunto, percebe-se que há divergência de opiniões entre renomados gramáticos, tais como Celso Cunha, que ressalta que o feminino (relativo à presidenta) ainda se apresenta com curso restrito no idioma, em se tratando do Brasil; Evanildo Bechara e Luís Antônio Sacconi admitem como corretas as duas formas; João Ribeiro afirma que "o uso de formar femininos em “enta” dos nomes em “ente”, como presidenta, almiranta, infanta, tem-se pouco generalizado". Por último, citamos as palavras de Domingos Paschoal Cegalla, o qual revela que “presidenta” é a forma correta e dicionarizada, ao lado de presidente.
Divergências deixadas à parte, o fato é que forma “a presidente”, está correta, justamente pelo fato de integrar ao caso relacionado aos substantivos denominados comuns de dois. Portanto, podemos perfeitamente dizer: a presidente.
Assim, em meio a tantos posicionamentos, há que se dizer que há um especial, retratado pelo VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), revelando que o substantivo pode perfeitamente ter a sua forma flexionada, ou seja, é correto também dizermos presidenta.
Desta forma, o que mais nos interessa é saber qual das formas estão corretas, não é verdade? Pois bem, as duas estão de acordo com o padrão formal da linguagem. Logo, empregar esta ou aquela é opção de cada usuário.