Apresentamos 10 erros gramaticais que ninguém deveria cometer em situações formais: desvios de ortografia, usa inadequado de verbos e da crase, pleonasmos, gerundismo etc.
Os erros gramaticais que ninguém deveria cometer configuram erros crassos e trazem algum constrangimento para quem os comete, seja em uma redação escolar, seja no ambiente de trabalho. Aqui estão listados dez deles:
1. Use sempre “menos”, nunca “menas”.
O advérbio de intensidade “menos” é invariável, ou seja, não se flexiona em gênero (masculino e feminino) ou em número, logo:
⇒ Certo: Fiz menos atividades que você.
⇒ Errado: Fiz menas atividades que você.
2. Não confunda “perca” (verbo) com “perda” (substantivo).
“Perca” é a forma verbal no presente do subjuntivo ou do imperativo de “perder”. Já “perda” é substantivo feminino, logo pode ser precedido por um artigo ou pronome, por exemplo.
⇒ Certo:
“ Não perca tempo! Com esta dieta, talvez você perca alguns quilos.” (VERBO)
“Ana teve uma perda muito triste na família.” (SUBSTANTIVO)
⇒ Errado:
“Não perda tempo! Com esta dieta, talvez você perda alguns quilos.”
“Ana teve uma perca muito grande na família.”
Leia também: Cinco dicas simples sobre o uso da crase
3. Não confunda “viagem” (substantivo) com “viajem” (verbo).
Enquanto “viajem” é a forma imperativa ou do presente do subjuntivo do verbo “viajar”, “viagem” é substantivo e será, via de regra, precedido de artigo.
⇒ Certo:
“A viagem foi boa.” ou “Fiz uma viagem.” (SUBSTANTIVO)
“Viajem muito!” ou “Espero que vocês viajem nas férias!” (VERBO)
⇒ Errado:
“A viajem foi boa.” ou “Fiz uma viajem!”
“Viagem muito!” ou “Espero que vocês viagem nas férias!”
4. Use sempre “seja”, nunca “seje”.
A flexão verbal correta do verbo ser é “seja”. “Seje” não existe.
⇒ Certo: “Seja autêntico.”
⇒ Errado: “Seje autêntico.”
5. Fuja do “gerundismo”!
Os verbos no gerúndio apresentam desinência -NDO (ex.: andando, correndo, dormindo) e seu uso correto pressupõe a existência de ações frequentativas, ou seja, ações que demandam certo tempo de execução para que se manifestem.
O “gerundismo”, por sua vez, é o uso vicioso e equivocado dessa forma verbal. O erro ocorre quando o falante utiliza-se do gerúndio para indicar uma ação pontual, instantânea, prestes a acontecer.
⇒ Certo:
“Vou transferir sua ligação.”
“O senhor pode retirar uma senha para o atendimento.”
⇒ Errado:
“Vou estar transferindo sua ligação.”
“O senhor pode estar retirando uma senha para o atendimento.”
6. Evite pleonasmos viciosos!
Embora o pleonasmo – redundância na construção do sentido – possa ser utilizado estilisticamente na literatura ou na publicidade, em textos escritos ou discursos orais formais, deve ser evitado. Evite, portanto, expressões como:
“Subir para cima”
“Entrar para dentro”
“Elo de ligação”
“Descer para baixo”
“De manhã cedo”
“Sair para fora”
“Criar coisas novas”
“Plus a mais”
Basta a primeira palavra da expressão para produzir o sentido que se pretende de forma direta:
“Subir”
“Entrar”
“Elo”
“Descer”
“De manhã”
“Sair”
“Criar”
“Plus”
Acesse também: Debaixo ou de baixo?
7. “A partir” é sempre separado e sem crase.
⇒ Certo:
“A partir de hoje, todos os produtos da loja com preços a partir de 100 reais.”
⇒ Errado:
“Apartir de hoje, todos os produtos da loja com preços à partir de 100 reais.”
8. Não confunda “mas” com “mais”.
“Mas” é conjunção adversativa – expressa oposição, quebra de expectativa – e é sinônimo de “porém”, “contudo”, “no entanto”, “entretanto”, “todavia”. “Mais” é expressão denotativa de valor aditivo.
⇒ Certo:
“Pedro estudou, mas não passou no concurso.”
“Fiz mais exercícios que você.
⇒ Errado:
“Pedro estudou, mais não passou no concurso.”
“Fiz mas exercícios que você.
9. Jamais coloque acento indicador de crase antes de verbos.
⇒ Certo:
“Ana ajudou o irmão a fazer a tarefa.”
“Pedro prefere correr a nadar.”
⇒ Errado:
“Ana ajudou o irmão à fazer a tarefa.”
“Pedro prefere correr à nadar.”
10. Nunca use “ter” como sinônimo de “existir”.
O verbo “ter” indica posse e não deve ser usado em contextos formais como sinônimo de “existir”. Nessa situação, use o verbo “haver” sempre no singular.
⇒ Certo:
“Existem bons alunos em sala.” ou “Há bons alunos em sala.”
“Existiam problemas na empresa.” ou “Havia problemas na empresa.”
⇒ Errado:
“Têm bons alunos em sala.”
“Tinham problemas na empresa.” ou “Haviam problemas na empresa.”
Origem da expressão “erro crasso”
Na Roma Antiga, mais precisamente em 59 a.C., o poder foi dividido entre três generais: Júlio César, Pompeu e Crasso, período conhecido como Triuno Virato.
Enquanto os dois primeiros eram reconhecidos pela genialidade, estratégia e grandes feitos, o último não era “tão brilhante assim” e ficou conhecido mais pela sua riqueza e erros nas decisões que por qualquer aspecto positivo. Inclusive, muitos desses erros grosseiros levaram o dito general à morte em 53 a.C., na batalha de Carras. Daí a expressão “erro crasso”.
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